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segunda-feira, 23 de maio de 2011

EXACTAMENTE, NÃO HÁ QUE CONFUNDIR


Não se pode confundir o problema do Continente com o da Madeira, muito menos com o dos Açores. Bastará olhar para os números estatísticos do desemprego, os que reflectem o estado da economia, da educação, da saúde, dos prazos de pagamento às empresas, os números da pobreza e fazer a respectiva proporção em função da população que somos relativamente à população do País. E não falo sequer do estado da Democracia, pois essa é uma outra história muito complexa.

Ontem, no Caniço, teve lugar a "Festa da Cebola". Só falta a do "nabo"! Mas consta que o inefável e sedento de protagonismo, o Secretário dos Recursos Naturais, para lá caminha. O discurso do presidente do governo, talvez pela presença da cebola, foi de rir até às lágrimas. Destaco duas passagens: "não me confundam com a administração do Continente"; "há muito boa gente e capaz, jovem, como há malandros até aos 100 anos". A compaginação destas duas frases acabam por conduzir a uma interessante leitura.
Começo pela segunda. Se há, por aí, jovens capazes, que razões o levam a se perpetuar no poder? Será pela existência de muita malandragem menos jovem? É uma questão interessante. E na existência de muita malandragem menos jovem, o que em política pode traduzir-se por muitas situações pouco transparentes, essa situação obrigará a que ele, com o carisma absolutista que alardeia, sinta a necessidade, por razões de poder, de se manter ao leme, apesar da sua saúde aconselhar menos empenhamento? Tudo se resumirá a uma questão de "veneno", "inveja e má língua" perante "pessoas que têm sucesso na vida", como sublinhou, ou existirão muitas outras razões de fundo que o levam a tomar, diariamente, esse "veneno" do poder a qualquer preço? Presumo saber as respostas, mas ficarão para outro momento.
No meio disto, pediu, de pulmão aberto, que não o confundam com a administração do Continente. Aí, confesso, estou em total acordo. Eu que tantas vezes discordo, desta curvo-me perante tamanha e indiscutível verdade. Não se pode confundir o problema do Continente com o da Madeira, muito menos com o dos Açores. Bastará olhar para os números estatísticos do desemprego, os que reflectem o estado da economia, da educação, da saúde, dos prazos de pagamento às empresas, os números da pobreza e fazer a respectiva proporção em função da população que somos relativamente à população do País. E não falo sequer do estado da Democracia, pois essa é uma outra história muito complexa. Portanto, não há que confundir o que se passa no Continente com quem levou a Madeira, com 260 mil habitantes, a um estado de falência total. Ironia? A "verdade" que cada um interpretará como quiser. E digo mais, tem razão o Dr. Jardim, quando assume que não precisamos "de mais conversa" pois "o que a gente precisa é de trabalho e vontade de trabalhar". Nem mais! O Senhor que está há 33 anos consecutivos no poder, finalmente, descobriu que os madeirenses não precisam de paleio, mas de empresas que possam gerar trabalho. Exactamente, não há que confundir, pois é "uma canalhice e é um covardia repetir asneiras (...)", como sublinhou no seu discurso. E mais, ainda, estou de acordo com aquela tirada aos "que recebem subsídios para não trabalhar". Basta passar os olhos pelo associativismo, pelos milhões desperdiçados que tanta falta fazem em tantos sectores e áreas prioritárias. Os milhões atribuídos para a propaganda do "regime" na Madeira, etc. etc..
Por aqui fico, esta cebola é muito agressiva e já tenho os olhos cheios de lágrimas por um Povo que não consegue dizer BASTA!
Ilustração: Google Imagens.

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