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segunda-feira, 16 de maio de 2011

O PRIMEIRO A SAIR: A ADMINISTRAÇÃO DA RTP


Aquilo não é um programa de humor, muito menos de entretenimento, é um escândalo que bate aos pontos qualquer reality show que as estações privadas têm promovido. Ordinarices, brejeirices, imagens execráveis, grotescas, exemplos extremamente negativos para quem assiste, enfim, um programa chocante que reduz a zero princípios e valores que compete ao "serviço público" preservar.

Ontem, pela primeira vez, ao passar pela RTP1, fixei-me no espaço "Último a Sair". Um horror e uma vergonha nacional. Aquilo que assisti, de palavreado indecente, de atitudes grotescas, de imagens absolutamente desprezíveis, deveriam conduzir, imediatamente, à demissão do Conselho de Administração da RTP. 
Uma casa, de luxo, alimentada 24 horas por dia, com meios técnicos a envolver significativos encargos e, lá dentro, 13 pessoas, cobertas por 24 câmaras, durante 90 dias. Aquilo não é um programa de humor, muito menos de entretenimento, é um escândalo que bate aos pontos qualquer reality show que as estações privadas têm promovido. Ordinarices, brejeirices, imagens execráveis, grotescas, exemplos extremamente negativos para quem assiste, enfim, um programa chocante que reduz a zero princípios e valores que compete ao "serviço público" preservar. Em hora nobre, perante uma plateia de espectadores jovens, a RTP1 disponibiliza um espaço que nem às quatro da manhã deveria ser emitido. E depois não querem ter, na escola, nas salas de aula, os comportamentos de indisciplina e de violência. Aquilo é a mostra da decadência e ilustra bem a incapacidade cultural e o mau senso dos actuais administradores da RTP.
Mas há uma outra leitura deste processo. Numa altura em que tanto por aí se fala da privatização do canal público, é legítimo que as pessoas se interroguem, afinal, para que serve a RTP se ela não marca a diferença? Do meu ponto de vista deveria marcar, pela qualidade, pela independência, pelo rigor, pelo entretenimento saudável. Mas, não, optou pela arrepiante porcaria. Absolutamente condenável. O Primeiro a Sair deveria ser toda a administração. E por aqui fico, revoltado que estou com aquilo a que assisti.
Ilustração: Google Imagens.

8 comentários:

herberto duarte pereira disse...

Apoiado Prof. Escórcio. Uma pouca vergonha a todos os níveis, aliás como o são todos os programas com aquile tipo de guião............ mas aqui deixo um alerta, em casa tem culpa as familias pai e mae,que permitem para não serem incomodados.... que os seus filhos tenham acesso a essa e muitas porcarias que passam na TV.

Anónimo disse...

A sociedade está a perder valores sociais,de solidariedade e de partilha.No passado,o que era censurado e tabú ,hoje é incentivado e "normal".Hoje em dias os valores são "outros",a libertinagem...

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários.
É muito bom não nos sentirmos sós nos princípios e valores que devem nortear a sociedade.
Muito obrigado.

José Luís Rodrigues disse...

Tem toda a razão. Serviço público não existe nesta RTP, especialmente, nestes programas rafeiros, mas, serviço à ignorância e à menoridade do nosso país. Uma vergonha, que devia merecer o repúdio total de todas as pessoas de bem. Todos estes programas revelam o estado de pobreza em que estamos. É pena que quem tem responsabilidades de educar e informar condignamente, se deixe guiar pela lógica do lucro e pela ditadura das audiências a qualquer preço. Parabéns pela reflexão, sunscrevo-a integralmente.

André Escórcio disse...

Obrigado, Caríssimo. Acredite que fiquei chocado. Eu que sei o que se está a passar nas escolas!
Aquilo é, de facto, o espelho da ignorância e da menoridade, tal como sublinhou.

Anónimo disse...

Bem visto Snr.deputado e sendo assim também está chegado o momento de deitar cá para fora o processo de nomeação da actual equipa dirigente da RTP Madeira para que todos saibamos como chegaram lá o que o psd chama de fantoches.

É que vam aí mais uma semana de golfe e nunca se sabe o que pode acontecer.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
É verdade, o golfe, o Porto Santo, casamentos e umas jantaradas têm aberto muitas portas. Mas ainda não chegou o momento da história ser conhecida.

André Loja disse...

O caminho certo, no meu ponto de vista, para a televisão estatal deveria ser a sua redução a apenas dois canais, a RTP e a RTP-Internacional. Emagrecimento (bastante acentuado) da sua estrutura e requalificação da programação a para da libertação da publicidade para os privados. Ficaríamos com uma estação isenta, mais barata aos contribuintes e uma mais valia informativa e de programação de qualidade. Sem ter de lutar por shares!