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quinta-feira, 25 de março de 2010

O PS É PARTE DA SOLUÇÃO. NÃO É O PROBLEMA!


Existe uma irregularidade no funcionamento da Assembleia e a solução não depende do PS ou de toda a oposição. Depende do grupo maioritário deixar de fazer aritmética e assumir que é um dever libertar os seus deputados desse condicionamento de terem de votar de acordo com as imposições do líder da respectiva bancada.


O encontro com o Senhor Representante da República, Juiz Conselheiro Monteiro Diniz, foi de uma grandeza que me apraz aqui registar. Ouviu e, como sempre, mostrou-se preocupado e disponível para ajudar a encontrar uma solução. Não depende dele, obviamente, mas através do seu magistério de influência, fazer ver que a Região, no momento difícil que atravessa, não deve gerar situações de ruído que prejudiquem as relações institucionais que já de si são de extrema complexidade.
Por seu turno, o Presidente do PS-M, Dr. Jacinto Serrão, foi muito claro ao sublinhar que quer ser parte da solução e nunca parte do problema, até porque a Madeira precisa de tranquilidade e de muita seriedade política para enfrentar os problemas bem mais importantes que a Vice-Presidência da Assembleia. Agora, é um facto que existe uma irregularidade no funcionamento da Assembleia e a solução dessa irregularidade não depende do PS ou de toda a oposição. Depende do grupo maioritário deixar de fazer aritmética e assumir que é um dever libertar os seus deputados desse condicionamento de votarem de acordo com as imposições do líder da sua bancada. O problema está aí e não no PS ou na restante oposição. O problema é de toda a Assembleia. Em linguagem futebolística, dir-se-á que a bola está do lado do PSD que tem 33 deputados. Está nas suas mãos se, porventura, entenderem querer resolver um problema da Assembleia. Se não quiserem resolver, pois bem, certamente, que outros passos terão de ser dados. Mas isso, já dependerá, como é óbvio, das decisões que venham a ser tomadas pelo Presidente do PS e pela sua Comissão Política.
Nota:
Li um texto do Editor de Política do DN, Jornalista Miguel Silva. Aqui fica o seu registo. Concordo em absoluto.
"Ontem de manhã eram apenas dez votos e nem mais um os que o PSD dava para eleger o líder do PS vice-presidente da Assembleia. À noite, o mesmo PSD deixava cair essa teimosia que inviabilizou as cinco eleições anteriores. Tão brusca mudança de opinião parece saída não de uma Assembleia Legislativa com mais de 30 anos, mas de um parlamento jovem, daqueles que se fazem nas escolas secundárias em exercícios de brincar à política.
Duas leituras podem explicar a generosidade da maioria: ou quer simplesmente transferir o ónus da não eleição para o PS, obrigando os socialistas à humilhação de mendigar votos, ou estamos perante alguma influência superior que manda desmontar o circo em tempo crucial de solidariedade nacional, sobretudo a política. Seja qual for a explicação, a verdade parece simples: vai continuar tudo na mesma. E o episódio de ontem apenas ajuda à imagem de um parlamento que se dá na estratégia da trapaça e da pequena política. Mais uma vez".

2 comentários:

António Trancoso disse...

Caro André Escórcio
Acabo de ouvir, na RTP, o Senhor Representante da República manifestar a esperança, se não mesmo a convicção, de que o PS não obstaculizará uma segunda tentativa de eleição do vice-presidente da AR indicado pelo maior partido da oposição.
De facto vai sendo tempo da Madeira deixar de ser considerada como um espúrio resquício da Liberdade reconquistada em Abril de 74, e, à marreca ignomínia democrática, terá de responder-se com a elevação de quem não tem alma de escravo.
Isto não invalida,antes reforça,a digna posição assumida pelo Dr.Jacinto Serrão na recusa de submeter-se a novo escrutínio.
Faço votos para que o PS (sendo parte da solução e não do problema)tenha a verticalidade de
apresentar o seu candidato natural àquela vice-presidência: o Dr.Bernardo Martins.
Um democrático abraço.

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

A sabedoria popular diz que "Casa onde não há pão (neste caso democracia) todos ralham e ningu+em tam razão".
Mas deix-me desabafar: Cada vez percebo menos para que é que há na Madeira uma Assembleia, um Governo, montes de carrões do Estado, tachos e mais tachos. Então não sabem que está provado cientificamente que na Madeira basta um só homen para governar tudo e todos?

Um abraço