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segunda-feira, 12 de julho de 2010

INDEPENDÊNCIA

O mesmo homem que fala de "independência" é o mesmo que um dia disse que quem não sabe governar sem dinheiro deve ir embora.


Vem o Vice-Presidente, no meio do gado, lá para os lados do Porto Moniz, e desanca na União Europeia a propósito dos atrasos na transferência dos apoios destinados ao pagamento de algumas facturas de obras decorrentes do temporal de 20 de Fevereiro. No mesmo dia, numa outra feira, o secretário do equipamento social lamenta-se em nome dos empresários que estão a fazer obras sem ver a cor do dinheiro. Hoje, o presidente do governo disse que, se isto continua assim, o melhor será começar a pensar na independência.
Ora bem, há uma coisa que devo ter presente, é que estão todos muito concertados. Um falou da UE, outro dos empresários e o "chefe" abordou a questão maior, a ameaça, a estafada história do homem só, das "palmadinhas nas costas" que resultaram em um alegado abandono. O mesmo homem que um dia disse que quem não sabe governar sem dinheiro deve ir embora. Em 1994, lembro-me bem, das palavras ditas ao então presidente da Câmara, Prof. Virgílio Pereira.
Mas estes mesmos políticos, tão amigos de alguns empresários, tão chorosos pela situação que alegadamente estão a passar, sabem muito bem quanto esse mesmo restrito núcleo ganhou ao longo de anos e as razões os levaram a encetar as obras da reconstrução, mesmo na incerteza do processo de liquidação das facturas. Eles conhecem bem o processo, como já alguém o afirmou, ao jeito de um "Tratado de Tordesilhas", isto é, tu ficas com isto e eu com aquilo! Sabem, ora se sabem. Pena, respeito e preocupação todos devemos ter relativamente aos trabalhadores, ontem sofredores e, hoje, com a corda no pescoço, os que ainda têm trabalho, pela incerteza de chegarem ao fim do mês com produto do trabalho feito.
Quanto à independência da Madeira, pela forma tão descarada como é revelado por um membro que pertence ao Conselho de Estado, o mínimo que se espera é que o Senhor Presidente da República peça os necessários esclarecimentos.
Ilustração: Google Imagens.

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