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domingo, 11 de julho de 2010

PARA ONDE VAMOS...!


O Distrito de Viseu tem 395.000 habitantes, um presidente de Câmara e oito vereadores (seis com pelouros atribuídos). E chega! Aqui, os assuntos são tabu, chuta-se tudo para lá e ninguém assume as responsabilidades que são próprias em função de uma estrutura com estatuto político-administrativo autónomo.

Para onde vamos, exclama ou interroga-se o Deputado do PSD, na Assembleia da República, Dr. Guilherme Silva. Mais interrogação do que exclamação, pergunto eu da mesma foram, na Madeira, onde o governo é da responsabilidade, há 36 anos, do partido que o citado deputado representa. Para onde vamos, senhor Deputado? Sinceramente, já cheira menos bem esta história de falar da República e dos seus males, como se aqui, na Região que representa, o Deputado não tivesse olhos na cara para ver, analisar e escrever sobre o que aqui se passa. É que lá, ainda assim, as culpas podem ser repartidas por vários partidos que lideraram o processo governativo, enquanto aqui, não, os dramas que estamos a viver, são da exclusiva responsabilidade de um único partido, o do Senhor Deputado. Diz, com tamanha desfaçatez, como se os madeirenses, utilizando a sua expressão, fossem "tolos": "(...) Num momento em que precisávamos de um Executivo credibilizado, de um timoneiro que inspirasse confiança, que a todos nos mobilizasse num verdadeiro projecto de reconstrução nacional (regional) coerente, temos exactamente o contrário. O Primeiro Ministro está completamente desacreditado e o Governo navega à vista, sem rumo!". Exactamente o que por aqui acontece desde há muito. Um governo que não governa, um "timoneiro" que navega à vista e cuja única preocupação é somar mais uma vitória eleitoral. O futuro não tem sido e não é com ele. É por isso que temos os indicadores sociais que temos, embora com uma Assembleia própria, um governo próprio e um orçamento próprio, numa Região de, apenas, 250.000 habitantes. O Distrito de Viseu tem 395.000 habitantes, um presidente de Câmara e oito vereadores (seis com pelouros atribuídos). E chega!
Aqui, com uma estrutura orgânica quase de país, os assuntos são tabu, chuta-se tudo para lá e ninguém assume as responsabilidades que são próprias em função de uma Região com estatuto político-administrativo autónomo. A permanente tentação de fugir aos problemas é enorme, sendo sensível a existência de uma preocupação, desde o presidente do governo, aos secretários e demais pessoal da estrutura organizativa, de negar as responsabilidades locais e próprias. Todas as intervenções políticas vão no mesmo sentido, desde a Assembleia ao governo.
Neste quadro, utilizando as mesmas palavras do Dr. Guilherme Silva, eu diria: "(...) Precisamos, pois, de, no quadro da nossa Democracia, que se quer adulta, encontrar alternativa idónea capaz de aproximar governantes e governados, e de travar uma certa onda de descrença e mesmo algumas crescentes situações de desespero". Nem mais, Senhor Deputado, o que deseja para lá muitos madeirenses desejam que aconteça por aqui. Não tenha a menor dúvida. Mais, ainda, tem toda a razão, neste contexto: "(...) Por isso, não só não nos podemos deixar influenciar (diria inquinar), por qualquer pessimismo, como devemos ser, como já fomos, noutras ocasiões, no passado, o esteio e exemplo de quem nunca baixa os braços, especialmente nos momentos mais difíceis". Exactamente, porque estamos fartos dos novos colonos! Nós os políticos da oposição, certamente, em nome dos 15.000 desempregados, dos 30% de pobres e excluídos e dos empresários desta terra.

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