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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A "FESTA" DO COLONIALISMO


Poderia ter falado, hoje, por uma questão de oportunidade, dos incêndios, da necessidade de repensar toda a estratégia preventiva, dos postos de vigilância, da ausência de meios que fazem com que os bombeiros, no mor das vezes, tenham de esperar na estrada que o fogo ali chegue para o apagar, poderia ter falado da necessidade de olhar para tantos aspectos que a actualidade preocupa, mas não, a festa do PS, designada por "Festa da Liberdade" é que constitui um sério problema ou uma séria ameaça!


Há textos que me fazem lembrar um rufar de tambor. Talvez, melhor dizendo, correspondem ao "rufar dos tambores" da guerra. Sempre a guerra, o "cheiro a pólvora" de que ele tanto gosta. E então, vai daí, escreve sempre com esse sentido, o da guerra, o de um certo ódio político, o do espezinhamento dos adversários, o da ofensa baixa como se ele fosse o imaculado, o puro, o infalível, o defensor das causas nobres. Leio e fico com pena de termos de aturar o ataque soez, sem nível, mal educado, próprio de uma pessoa que só vê inimigos políticos por todo o lado. Eu já deveria ter juízo para nem ler, mas, por dever de função, a isso sou "obrigado". Hoje, dei com mais um chorilho de asneiras e de ofensas e, sobretudo de subversão da História. O presidente do governo, em uma das pausas pelo areal, resolveu pegar com a festa do Partido Socialista que terá lugar, na Fonte do Bispo, no próximo Domingo. E escreveu: "(...) Uns indivíduos sem um mínimo de vergonha no seu passado e presente de luta contra o Povo Madeirense, hipocritamente apresentam-se a anunciar uma «festa da liberdade" (...) Eles são felizes assim, de cócoras e colonos voluntários do «terreiro do paço», cada um come do que gosta. Não há dúvida que o sangue dos escravos do povoamento, séculos atrás, ainda lhes corre nas veias (...) Mas esta gente, do cume da sua arrogância colonial, vai «festejar». (...) Festejar, o quê?!... (...) A «liberdade», de certeza que não é. (...) psiquiatria, para atendê-los e aos que com eles se afundam".
O que dizer desta linguagem e deste conteúdo? De "cócoras", pois é, a fotografia que aqui publico dá a resposta. Aquele ar de anjinho, de mãos em posição de reza, parecendo estar de joelhos, com aquele olhar terno e de súplica para cima e com as malas dos milhões, ao fundo, demonstram quem, precisando, se coloca de cócoras.
Enfim, naquele arrazoado do JM, a única passagem porventura correcta é a da confirmação que não existe liberdade ou, no mínimo, ela, por aqui, está muito condicionada. A língua fugiu-lhe para a verdade, dir-se-á. Tudo o resto, todo aquele texto publicado, que distorce a História e a realidade com que nos confrontamos aos mais diversos níveis da intervenção política, são de uma extrema pobreza. Poderia ter falado, hoje, por uma questão de oportunidade, dos incêndios, da necessidade de repensar toda a estratégia preventiva, dos postos de vigilância, da ausência de meios que fazem com que os bombeiros, no mor das vezes, tenham de esperar na estrada que o fogo ali chegue para o apagar, poderia ter falado da necessidade de olhar para tantos aspectos que a actualidade preocupa, mas não, a festa do PS, designada por "Festa da Liberdade" é que constitui um sério problema ou uma séria ameaça. Porque a floresta ardida, através de um concurso público, recupera-se, lentamente, é verdade, mas recupera-se. Leva muitos anos, mas recupera-se e, entretanto, nesta "indústria dos fogos" como já é designada, muitos, lamentavelmente, vão ganhar alguma coisa. A perda do poder e a conquista da liberdade, bom, isso aí, para quem ama o poder, é capaz de doer muito, mas muito mais. Por muitos anos que viva, essa ferida política dificilmente se cura.
É por isso que, lá pelo Continente, um País em chamas é motivo de graves declarações contra os políticos responsáveis. Aqui, o que aconteceu, não tem responsáveis políticos, tudo foi obra do "terrorismo ambiental", do "canalhedo" e de uns "tipos que estão contra a sociedade, contra tudo e todos, e um dos seus actos de desespero é lançar a destruição". O problema é a Festa do PS, não vá esse "canalhedo" pegar fogo às serras do alto da Calheta.
Se isto não fosse tão trágico, como vulgarmente se diz, possibilitaria uma sonora gargalhada. Só que isto é muito grave, toda esta engrenagem em que os madeirenses e porto-santenses estão envolvidos. Mais um motivo para, Domingo, muitos subirem a serra e testemunharem o querem para esta terra que, desinteressadamente, amam.
Ilustração: Foto publicada no DN-Lisboa/Google Imagens.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nem o Sócrates se vos liga!

André Escórcio disse...

Não gosto de comentar posições, claramente partidárias, que não ajudam nada na construção de uma Região melhor. Seria interessante que fugisse, tal como eu, ao anonimato, e comentasse, de forma séria, o que vai acontecendo por aqui. Pela via que escolheu, creio, que não se chegará a parte alguma. Concretamente, quero lá saber se o Dr. Passos Coelho veio ou veio à festa do PSD? Se está zangado ou não? Se o encontro do próximo Sábado, nos Paços do Concelho é de encomenda!
Eu não alinho na baixa política porque a Madeira deve estar acima dessas querelas partidárias sem qualquer interesse para os que aqui vivem.