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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A VOLTINHA DO COSTUME E A AREIA PARA OS OLHOS DO POVO


Imagine-se o Governo da República a visitar os 308 municípios a que correspondem 4.257 freguesias de Portugal, como pressuposto necessário para apresentar o Orçamento de Estado para 2011. Parece-me ridículo. Na mesma tarde ou manhã, pula de concelho em concelho, com uma série de papéis, engendra uma conversa aqui outra ali, obviamente para consumo, e assim, diz ele, se elencam as prioridades.

Algumas notas ao início desta manhã.
1ª A VOLTA À ILHA. E o governo lá vai, de concelho em concelho, fazendo de conta que ouve os autarcas, no sentido da "elaboração" do próximo Orçamento e Plano da Região. "Show-off" em estado puro, comunicação social atrás e, como diz o povo, fogo de vista. Nada mais. Imagine-se o Governo da República a visitar os 308 municípios a que correspondem 4.257 freguesias de Portugal, como pressuposto necessário para apresentar o Orçamento de Estado para 2011. Parece-me ridículo. Num tempo em que tudo está em rede. Na mesma tarde ou manhã, pula de concelho em concelho, com uma série de papéis, engendra uma conversa aqui outra ali, obviamente para consumo e assim, diz ele, se elencam as prioridades. De permeio umas declarações para a comunicação social. A páginas tantas surge o aviso ao povo: cuidado, eles andam por aí a prometer coisas que sabem não poderem fazer. Mas quem? A Oposição?
Só quem anda distraído engole toda esta farsa. Aliás, não há seriedade no discurso, tampouco orçamental quando, todos sabemos, em função do importante acto eleitoral do próximo ano, as Legislativas Regionais, e do habitual comportamento político em ano eleitoral, que tudo já está definido e, provavelmente, as datas das inaugurações marcadas. Esta é, portanto, a volta da encenação, pela enésima vez repetida, onde o "chefe" dita ordens para esta ou aquela obra mais emblemática, a obra que possa, estrategicamente, por aqui e por ali, voltar a enganar as pessoas. Ainda por cima, quando existe uma montanha de dívidas por liquidar, um pré-estado de falência que a todos preocupa. O exercício da política necessita de seriedade, menos espectáculo, maior rigor e credibilidade.
2ª A PLATAFORMA DEMOCRÁTICA. A convergência continua na ordem do dia. Preocupa o Senhor das Angústias. Não raro o dia dela fala, manifestamente preocupado. No essencial ele tem consciência dos contornos deste poder, como o alimenta e como ele sobrevive. E tem consciência dos limites, que está no fim da linha política, que alimentou um monstro prestes a rebentar, que as pessoas andam ansiosas ou por falta de emprego ou por não verem o dia da esperança em melhores dias. Ele sabe que os sistemas de saúde e de educação estão a rebentar pelas costuras, que há imensos desconfortos em todos os sectores e áreas de actuação política, que se aproxima o dia de alguns começarem a saltar deste barco, desconfiados que o timoneiro já não sabe para onde vai e, por isso, qualquer caminho lhe serve. A "Plataforma" ou, em um primeiro momento, a convergência entre todos, preocupa-o e daí o ataque, a utilização de todos os meios para denegrir aquilo que me parece inevitável... porque tudo tem o seu tempo.
3ª O PROFESSOR MARCELO E A OPOSIÇÃO. E se ele estivesse calado, não teria sido melhor? Então o DN é melhor oposição que a Oposição Política?
Esta tirada não só é deselegante para os profissionais do Diário e para a sua administração, como não corresponde à verdade. O DN constitui, Professor Marcelo, uma das poucas frestas onde se pode respirar independência editorial. Não elogia a oposição, mas publica e destaca os posicionamentos que o poder não gosta de ver publicados. E conhecerá o Professor Marcelo a luta de trinta e tal anos de Oposição, as excelentes propostas feitas e chumbadas, os estudos e as denúncias, o trabalho notável de sistemáticos alertas para a condução da vida pública? Conhecerá o Professor Marcelo, o estado social, cultural, económico e finananceiro da Região, em situação de ruptura? E será que não competirá aos órgãos de comunicação social livres denunciarem o abismo onde a Região se encontra? Se sabe, então, porque esconde? O que é isso de dar uma no cravo e outra na ferradura? E sabe, ora se sabe, que dos nossos impostos, quatro milhões vão direitinhos para a propaganda, distorcendo as regras do mercado? Então, que razões o levam a esconder? Eu sei!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Professor disse...

1.AJJ apanha por ter cão e apanha por não ter cão. Se vai é porque vai, se não vai é porque não vai...
2.Plataforma ou saco de gatos? veremos.
3.É triste mas pode ser verdade: DN mais eficaz que toda a oposição junta. E o JM está "só" no seu lado do espectro político. O seu fim é prejudicial à pluralidade da comunicação social regional (é o fim desta) ou melhor, a sua existência (e nos termos e posicionamento actual) é a única garantia da existência dessa pluralidade.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Quanto a AJJ, onde ele deveria debater e nunca debate, é naquele sítio pago por todos os madeirenses e porto-santenses: na Assembleia. Aí é que ele deve debater os grandes problemas da governação madeirense. Ele e os Deputados são pagos para isso. Só que ele foge. Nada há fazer até que a concepção de Democracia mude.
Quanto à Plataforma... é para isso mesmo, para acabar com as distorções da Democracia e da Autonomia.
Finalmente, desculpar-me-á, mas um dia a História dirá da valentia desta Oposição. Quanto ao JM, não discuto o seu estatuto editorial, não quero é que ele seja pago com os nossos impostos para uma propaganda partidária. Isso não.