Traduzi, ontem, em texto, o meu posicionamento (em abstracto) relativamente às comendas do 10 de Junho. Sou muito crítico relativamente a essa matéria. Entendo que é melhor não atribuir o título de Comendador do que nivelar, por baixo, distinções que só devem ser reconhecidas aos que prestaram relevantes serviços à Pátria.
A propósito disto li, esta manhã, uma entrevista com um dos condecorados. Entrevista conduzida pelo jornalista Luís Calisto tem, por título, "Condecoração Retroactiva", querendo com isto dizer, e isso é bem patente ao longo do texto, que a história do futuro Comendador resume-se a ter andado a distribuir uns papéis na Faculdade em nome do MUD (Movimento da Unidade Democrática, em consequência da "canalhada" que tinham feito ao seu avô, o banqueiro Henrique Figueira da Silva.
Bom, nego-me a discutir os méritos das pessoas. É assunto que me passa ao lado. A responsabilidade é de quem propõe o que não significa que, enquanto cidadão, não tenha uma leitura relativamente ao processo. Fico, por isso, intrigado quando vejo na lista das 39 personalidades, nomes que apenas desempenharam a sua função profissional. Apenas isso. O que defendo é um critério de grande exigência e de irrepreensível rigor. Aliás, não é absolutamente necessário que a Madeira ou os Açores tenham personalidades condecoradas. Para isso, ao nível regional existem condecorações e é bom que se reconheça o mérito. No 10 de Junho a história é, obviamente, outra!
A propósito, sei que, nos Açores, serão condecorados o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, que se dedica à investigação marinha, a Irmandade de Nossa Senhora do Livramento, uma instituição de recolhimento de jovens desprotegidos e o escritor Daniel de Sá. Para reflectir.
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