
MARTIN LUTHER KING
I Have a Dream... (Março de 1963)
"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem carácter, nem dos sem ética...
O que mais preocupa é o silêncio dos bons"
Comemora-se o nada, ou melhor, a normal anormalidade. Em tempos idos de má memória, lembram-se os menos jovens, também foi assim. Filas de gente que acreditavam no que viam e ouviam. Um dia tudo se esfumou. Estou certo, os de hoje, um dia dirão que nunca tiveram nada a ver com aquela gente! Adiante.
Li que, junto das lojas de penhores "trazem de tudo. Ouro, prata, peças grandes e pequenas, chegam mesmo a trazer linhos e às vezes a própria roupa que trazem no corpo querem vender. É uma situação mesmo muito aflitiva". Um pouco por todo o lado é isto que está a acontecer, consequência da progressiva degradação do poder de compra, do desemprego e das responsabilidades assumidas. Aliás, dados vindos a público dão conta que a economia regional perdeu 14,8 milhões em 5 meses de pagamentos automáticos, o que significa, obviamente, uma clara acentuação das dificuldades. 
Li alguns livros e muitos textos de Dom Tapscott sobretudo na Executiv Digest e Exame aquando do meu Mestrado. Dele e de tantos outros gurus em gestão e administração. Eu compreendo as preocupações de Tapscott. Mas Tapscoot, apesar dos seus treze livros publicados e com grande procura, é um palestrante e consultor especializado em estratégia corporativa e transformação organizacional. Apenas isso. Olhou para Portugal, teve a percepção dos milhares de computadores que andam a ser distribuídos, mas não olhou, certamente, para a sociedade que temos, os níveis de pobreza que temos, a mentalidade que temos, o insucesso e abandono escolar que temos, a iliteracia que temos, o sistema organizacional, curricular e programático que temos, tudo aspectos que a tecnologia, por si só, não resolve, isto é, Portugal e particularmente a Região da Madeira não estão à beira de um clik ou de um "enter" para o sucesso. Não estão.
Estive presente no funeral do Senhor Professor Fernando Ferreira. Independentemente da tristeza que envolve momentos como aquele, neste caso pela partida de um Homem que todos devemos respeito e consideração pelo que ele significou em vida, a essa tristeza juntou-se, pelo menos para mim, a mágoa por ali não ter assistido à homenagem ao decano entre os professores de Educação Física e Desporto da Madeira, através da presença, das centenas de colegas da classe. Poucos, muito poucos, talvez os mais próximos e mais antigos por lá passaram. Também poucos professores de todas as outras áreas. Isto leva-me à interpretação de como a vida, as relações e as memórias são hoje vividas. É a frieza e o distanciamento que domina, infelizmente.
Qualquer pessoa minimamente atenta percebe a existência de uma mentalidade submissa, de crenças, de tendência para o isolamento, de desconhecimento e de arrepiante indiferença perante o que o rodeia. Jardim "dixit" e ponto final. Compaginado com o braço amigo da Igreja, que manda, com resignação, carregar a cruz, compaginado, ainda, com uma Escola fechada sobre si própria e amedrontada, que não semeia os verdadeiros conceitos de democracia, liberdade e de cidadania, uma Escola tendencialmente livresca e de manual que ensina o conhecimento para debitar num teste e logo esquercer, mas não desenvolve os princípios e os valores da condição humana, não explica o significado da expressão "ser humano", não explica a ética e a moral, as regras de conduta social, a civilidade, o sentido de responsabilidade, a pontualidade, o trabalho, o esforço, a ambição com auto-controlo, o sentido da autonomia e do inconformismo, a própria auto-estima, ora, quando a Escola e muitas e muitas famílias não educam neste sentido, no sentido das competências, da valorização e da cultura geral, obviamente que só nos podemos confrontar com uma população, no sentido político, abúlica e despersonalizada, e, no sentido social, plena de carências e frágil. É por isso que o Professor José Cunha, autor daquele excerto, sublinha que o essencial se mantém. Mudámos o aspecto exterior, cruzamo-nos com pessoas bem vestidas e calçadas, mas a mentalidade parou, sobretudo no que aos grandes valores diz respeito. O fundador do conselho ético World Future Council, Jakob von Uexküll, referiu há algum tempo: "não podemos continuar a viver como se não houvesse amanhã. Sem uma mudança de perspectiva, não poderão se alimentar as gerações futuras. Devemos assumir essa responsabilidade”. Obviamente que sim. O problema é político, é de governação e está identificado desde 1536 (Francesco Guicciardini, estadista italiano): "Sabei que quem governa ao acaso acabará por se encontrar nas mãos do acaso”. É o que está a acontecer. Por isso, sairá caro a todos nós e aos vindouros!
Faleceu um meu antigo Professor. Morreu um Amigo. Morreu um Homem a quem devo muitos traços da minha formação pessoal e profissional. Com ele aprendi o rigor e a determinação enquanto aluno e, mais tarde, enquanto seu Colega. Com ele aprendi a essência da acção docente que me guiou ao longo de muitos anos de actividade profissional. Fomos cúmplices de muitas e gratificantes acções logo a seguir a 1974 que recordo com saudade.
Esta manhã, cerca das onze horas, estava eu em amena cavaqueira sentado numa esplanada do centro da cidade e fui confrontado com um jovem, apresentando, julgo eu, entre os dezasseis e os dezoito anos. Arengou qualquer coisa de forma imperceptível com o objectivo de pedir umas moedas. Um jovem bem parecido, vestido de forma agradável mas deixando transparecer pelos olhos e por um certo cambalear, que o seu estado não era normal. Estava, na gíria, "pedrado". Foi a leitura que fiz, talvez abusiva, confesso, mas a verdade é que fiquei com essa percepção. Dirigiu-se à mesa do lado e pediu um cigarro e umas moedas. E lá continuou. Uma cena, ao fim e ao cabo, rotineira no Funchal.
Embora este seja um problema com uma dimensão planetária, que envolve muito dinheiro e muita lavagem de dinheiro, a percepção que tenho é que este fenómeno nunca foi devidamente estudado na Região e do conhecimento e domínio das pessoas. Fala-se de apreensão, de um ou de outro julgamento, de umas condenações mas, aquilo que é essencial, aquilo que é fundamental se saber visando uma actuação integrada, não tem constituído matéria de interesse relevante. A sensibilização para o conhecimento dos circuitos, as características que sustentam a entrada dos diversos produtos nas ilhas, o que acontece na noite madeirense, a pedagogia a ser feita no meio escolar e junto das famílias, o combate ao tráfico e ao consumo e, entre outros aspectos, as preocupações relativamente ao tratamento constituem aspectos que poucos dominam. Há como que um abafar da realidade, uma tendência para esconder como se ganhássemos alguma coisa com o silêncio. Não se discute, não se contextualiza e não se debate um assunto muito sério que, para os do fim da linha, invariavelmente, termina numa prisão ou numa morte prematura.
O Deputado Carlos Pereira assina, hoje, um artigo de opinião no DN que vale a pena ler. Aqui fica um excerto. 
Na Assembleia Legislativa da Madeira foi, esta manhã, discutida a "reestruturação" do Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira. Na oportunidade, apresentei a seguinte intervenção:
efémeros, portanto, numa Região que todos reconhecem ser pobre nos seus recursos, depreende-se do estudo das variáveis em causa, que teria sido preferível uma política de menos desporto de rendimento, sobretudo pelas limitações da própria Região, e de mais educação e cultura desportivas que, a prazo, tornasse esta população, caracteristicamente sedentária, numa população fisicamente activa. Com todos os benefícios daí resultantes.
Duas notas:
têm origem nos serviços do próprio governo, tutelado pelo Secretário Regional dos Recursos Humanos. No entanto, aparece o Presidente do Governo a dizer que não acredita naqueles números. Trata-se de uma declaração grave, uma vez que constitui uma clara ofensa aos trabalhadores que se encontram nessa situação, um claro desconhecimento da realidade, mas também um acto de total desconfiança sobre o Instituto do Emprego. Curioso desta situação é que, no mesmo dia em que aquela declaração foi produzida, o governo anunciou um reforço de três milhões de euros, através do Programa de Apoio à Criação de Emprego. Interessante, não é?
Sinceramente, não entendo, ou se calhar entendo, o teor dos comentários a propósito das palavras ditas pelo Senhor Cónego Manuel Martins, pároco da Sé, relativamente à pobreza.
Por princípio não gosto, evito, falar de coisas que não sei, que não domino e porque não são da minha área de estudo e intervenção. Daí que este texto apenas constitua um desabafo ou, melhor ainda, uma atitude de verdadeiro espanto.
Foi triste, eu diria, patético, assistir ao comentário do Senhor Secretário Regional dos Recursos Humanos relativamente ao aumento do número de desempregados na Região. De um mês para o outro foram mais 343 pessoas que deixaram de poder contar com o seu salário. Uma média de onze por dia deixaram o seu posto de trabalho. E perante isto, perante esta calamidade social que atinge, globalmente, mais de 12.000 pessoas, vem o Secretário ler um papel com justificações esfarrapadas, com comparações com outras regiões do País, quando o problema está, em primeiríssimo lugar, no quadro da Autonomia política e administrativa da Região, na forma como se justifica a grandeza dos números e na apresentação das medidas de combate ao flagelo que se abate sobre a população de toda a Região. Teria sido melhor não ter falado, teria sido mais sensato o silêncio.
Fugiu-lhe a boca para a verdade. Refiro-me ao Senhor Presidente da Câmara de Santa Cruz, quando sublinhou que perante tantos erros detectadas no relatório de avaliação da execução PDM, que tal situação é consequência deste instrumento de planeamento ter sido feito a "correr (...) para que a Região pudesse estar em condições de receber fundos comunitários". Se calhar é verdade porque, para o governo, o princípio nunca foi o do planeamento mas sim o de sacar dinheiro aos fundos da União Europeia. Para além disso não deixa de constituir uma declaração curiosa porque coloca em causa, no mínimo, dois aspectos:É evidente que se sabe, porque é público e notório, que na Região os instrumentos de planeamento pouco interessam ao poder político. Eles existem porque a lei assim o determina mas, ao virar da esquina, são muitos os exemplos em que se ultrapassa, suspende e ignora aquilo que, técnica e politicamente foi assumido. Porque outros interesses sempre estiveram em jogo e porque nunca souberam definir exactamente o que significa o conceito que a palavra desenvolvimento encerra. Os anos que os PDM's andaram por aí denunciam, claramente, que ao governo nunca lhe interessou ter instrumentos condicionadores das "obras". Junta-se a este facto as enormes pressões dos designados lóbis do betão. Alguns ganharam, certamente, com isso. A Madeira, perdeu.
Consequência de tudo isto, àquilo que designam por desenvolvimento, em muitíssimos casos, ao longo de toda a Região, corresponde à descaracterização da identidade de uma terra que tem no Turismo a sua principal fonte de receita. Relegando os PDM's para plano secundário, fizeram e continuam a criar uma Região toda igual com evidente prejuízo no plano económico. Simplesmente porque as correntes turísticas, cada vez mais, procuram o diferente e não o igual; procuram a serenidade, o bom clima, mas também os elementos identificadores distintivos. Poucos turistas aqui se deslocam à procura de praia. O que lhes vendem é, sobretudo, a marca que deveria corresponder à excelência do património natural, a tranquilidade, a hospitalidade e a qualidade. Não vêm à Madeira para verem os edifícios e os centros comerciais. Vêm para ficarem deslumbrados com os elementos distintivos. E são esses elementos que estão a matar, lentamente, mas estão! Se houvesse rigor no PDM de Santa Cruz, por exemplo, o Caniço não seria aquilo que é e, na Região, um pouco por todos os concelhos, não teriam sido apagadas as marcas culturais importantes para competir com outros destinos.
A edição do DN-M de hoje é arrepiante para quem tem um mínimo de sensibilidade social. Uma peça equaciona o facto das mulheres e crianças estarem a "pagar a factura da crise"; uma outra, coloca o Senhor Cónego Manuel Martins, da Sé Catedral, no centro das atenções face à sua homilia de Domingo, na qual, uma vez mais, se indignou perante os silêncios e a maldade em relação aos que passam fome.
muitos pobres que diariamente na igreja pedem ajuda". Segundo o sacerdote, existem casos sociais que precisam de ajuda por causa do "desemprego, alcoolismo, droga" e de "famílias jovens que não podem pagar o crédito à habitação" ou o "pão para os filhos". Há também "famílias que têm idosos acamados e doentes, casais que esperam e desesperam meses à espera de uma reunião com os agentes da Segurança Social para pedir ajuda - e são sempre adiadas ou quase sempre", acrescentou. A classe médica também não escapou ao olhar crítico do cónego da Sé, já que este denunciou casos de "reformados que continuam a não receber qualquer ajuda para os medicamentos porque na receita vem a cruzinha da não autorização da troca por genéricos". O Cónego da Sé continuou, afirmando que "há hoje situações dramáticas de injustiças sociais gritantes que causam tanta indignação que muitas vezes levam-nos à revolta". E esta, explicou, nasce naturalmente "da compaixão do sofrimento dos pobres e do cinismo dos insensíveis". Para Manuel Martins, face a este cenário é preciso "uma grande dose de bom-senso e de caridade para não nos tornarmos amargos perante tantos anúncios de ajuda aos necessitados que não passam de mentiras descaradas". "Conheço pessoalmente situações de pobreza extrema e de fome", afirmou, apontando casos de "mães que para enganar a fome dos filhos recorreram a fazer chá porque já não têm pão".
Excelente, porque lúcida e profunda, a análise da semana desenvolvida pelo Jornalista Luis Calisto na edição de hoje do DN-M. Não vou tecer comentários àquilo que o Jornalista, do meu ponto de vista, equacionou e bem no que concerne aos principais actores da cena política regional, mormente, no que ao presidente do governo regional diz respeito. Mas há uma passagem que me parece fundamental em defesa dos madeirenses e portosantenses e sobretudo da DEMOCRACIA: "(...) O PS precisa de urgente redefinição. Um congresso, uma convenção, uns estados gerais, seja o que for onde todos debatam e escolham uma linha de rumo, com os actuais e/ou novos dirigentes, que traga alguma dignidade à tão maltratada vida pública regional".
Por aproximação às regras básicas do "marketing" sabe-se que gestão do processo deve ser determinada por objectivos específicos dentro de cada segmento e área de actuação, através de um planeamento onde deverá haver uma preocupação com o desenho estratégico, a análise, o exame e a orientação para o consumidor (o eleitor). Mas para isso torna-se necessário: conhecer e dominar os segmentos da sociedade em todas as suas variáveis, identificar o tipo de necessidades, o comportamento do eleitor em função dos traços da sua personalidade e da sua própria história, os centros de interesse, as expectativas, as crenças, os índices sócio-económicos e os estilos de vida e de valores. Daqui se poderá concluir que a adesão a um projecto implica, assim, um conjunto de etapas interligadas e sequentes, com eventuais recuos e avanços até à decisão final. Bernard Dubois, fala de quatro grandes fases: a do despertar que leva à ideia de adesão, a fase da recolha e tratamento da informação e, só depois, a formulação e tomada de decisão.
Confesso a minha crescente preocupação no quadro da actividade à qual, em exclusivo, me dedico. Trata-se de uma actividade nobre, a política, mas para que ela assim possa ser caracterizada, há princípios, valores e competências que são determinantes, sem as quais a participação fica enfraquecida e sem sentido. Nunca gostei de me sentir mais um, muito menos um conivente, mais um que ali está, acomodado, tipo "timex" que não adianta nem atrasa. Ora, a lógica em que se fundam os partidos eu sei que é complexa, só que, sinceramente, começo a não ter paciência para aturar comportamentos estranhos, atitudes de prepotência e a mais completa ausência de humildade política.
Um líder não ofende, apenas elabora e comunica, de forma convincente, um caminho claro, adaptado e persuasivo; não exclui, une porque sabe apreciar a natureza da audiência; investe a sua energia ou canaliza a energia dos outros para a construção da instituição; exerce a liderança de uma forma directa ou, indirectamente, descobre uma forma de influenciar os outros pela verdade, pelo seu exemplo, pela respeitabilidade, pela tolerância e pela segurança, através de um discurso que demonstra profundo conhecimento sobre o que está a falar. Um líder não diz hoje uma coisa e amanhã outra. É por isso que há uma substancial diferença entre ser líder e ser chefe!
No próximo dia 01 de Julho comemora-se mais um DIA DA REGIÃO E DAS COMUNIDADES. A efeméride terá lugar no Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos com um programa que inclui uma intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, uma conferência pelo açoriano Doutor Guilherme Reis Leite (Secretário Regional de governos liderados pelo Dr. Mota Amaral - PSD) e Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores) e, finalmente, uma intervenção do Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.
No dia da Região todos, mas todos, com o respeito e a solenidade do próprio dia, deveriam ter direito à palavra, isto é, os grupos parlamentares e os partidos com representação parlamentar. Não faz qualquer sentido engendrar formatos que apenas têm por objectivo silenciar o direito à palavra. O Dia da Região e das Comunidades deveria servir como mais um momento de profunda reflexão, de análise apaixonada sobre a Autonomia e, inevitavelmente, sobre a governação nos planos económico, social e cultural. No respeito pelos princípios e pelos valores que enformam a DEMOCRACIA assim deveriam proceder. Preferem falar a solo, pelo que, pelo menos da minha parte, na qualidade de Deputado, não contam comigo. Não deixo de lembrar o provérbio hindu aos senhores que usarão da palavra: "Quando falares procura que as tuas palavras sejam melhores que o silêncio".
África do Sul, porque ele, presidente, foi incapaz de criar condições na Região, a cujo governo lidera, para garantir felicidade aos demais. É por isso que, para o presidente, Ronaldo é a síntese do Povo madeirense. Mas também é a síntese a um outro nível que o presidente não disse mas sublinho eu: é a síntese de uns quantos que têm tudo e são riquíssimos e fazem o que querem e entendem da Região, face a uma maioria que nada tem. Basta olhar para as grandes assimetrias económicas, sociais e culturais que nos rodeiam. Significa, também, repito, porventura por distracção, que o presidente acabou por reconhecer a pobreza das suas políticas e das gentes desta terra madrasta que não dá futuro aos seus filhos. É caso para dizer que "pela boca morre o peixe".
Desde há muito que defendo a necessidade de uma profundíssima reflexão sobre o sistema educativo. Há melhorias, como não podia deixar de acontecer, consequência da própria escolarização, só que essas melhorias apresentam-se lentas e quase irrelevantes no contexto regional, nacional e europeu. Proporção da população activa com e sem escolaridade obrigatória
Com escolaridade: 43,5% - Média Nacional 47,7%
Sem escolaridade: 56,6% - Média Nacional 52,3%
Taxa de abandono escolar precoce (18/24 anos)
R. A. Madeira: 48,1% - último lugar do País. Trata-se de um indicador seleccionado pela Comissão Europeia como indicador estrutural.
Taxa de escolaridade do nível de ensino secundário (20/24 anos)
R. A. Madeira: 38,7% - penúltima região do País.
Média do País: 53,4%. Valor abaixo da taxa da média nacional de 1997 que era de 39,7%. A taxa da União Europeia (27): 78,1%.
Taxa de aprendizagem ao longo da vida (25/64 anos)
R. A. Madeira: 2,6% (igual aos Açores)
Média Europeia: 9,7%
Média Nacional: 4,4%
Taxa de escolarização no ensino superior
R. A. Madeira: 9,3% (penúltimo lugar)
Média nacional: 28,1%
Taxa de escolaridade do nível de ensino superior (25/34 anos)
R. A. Madeira: 18,2% (apesar de uma melhoria nos últimos dez anos)
Média Nacional: 21,4%
A Madeira regista o menor número de diplomados do Ensino Superior por 1000 habitantes (20/29 anos)
Hoje, confesso, tive um dia em cheio. Abordei um assunto muito sério na Assembleia Legislativa da Madeira perante, infelizmente, uma maioria pouco sensibilizada para as questões da Educação, mantive uma interessante troca de impressões com dois leitores deste meu blogue e quase terminei o dia com um longo encontro com uma pessoa que já não a via há muitos anos e que, sinceramente, pela sua postura serena, inteligente, sincera, franca e aberta, ajudou-me a compor algumas peças do "puzzle" político regional. Pensava eu que dominava alguns "dossiês" mas não, há muita coisa escondida, trancada a sete chaves, mas que pelo caminho vai produzindo o sofrimento de muitas pessoas. Uns, agacham-se, curvam-se, deixam-se enlear na lama, outros(as) sofrem porque a coluna falou mais alto. Percebi melhor este pequeno mundo onde vivemos. Uma conversa que me escorreu garganta abaixo como mel e que terá continuidade um dia. Não se trata de bilhardices, não se trata de invejas mas de questões muito sérias, profundas e que marcam, negativamente, esta terra que amamos.