
MARTIN LUTHER KING
I Have a Dream... (Março de 1963)
"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem carácter, nem dos sem ética...
O que mais preocupa é o silêncio dos bons"
É evidente que se sabe, porque é público e notório, que na Região os instrumentos de planeamento pouco interessam ao poder político. Eles existem porque a lei assim o determina mas, ao virar da esquina, são muitos os exemplos em que se ultrapassa, suspende e ignora aquilo que, técnica e politicamente foi assumido. Porque outros interesses sempre estiveram em jogo e porque nunca souberam definir exactamente o que significa o conceito que a palavra desenvolvimento encerra. Os anos que os PDM's andaram por aí denunciam, claramente, que ao governo nunca lhe interessou ter instrumentos condicionadores das "obras". Junta-se a este facto as enormes pressões dos designados lóbis do betão. Alguns ganharam, certamente, com isso. A Madeira, perdeu.
Consequência de tudo isto, àquilo que designam por desenvolvimento, em muitíssimos casos, ao longo de toda a Região, corresponde à descaracterização da identidade de uma terra que tem no Turismo a sua principal fonte de receita. Relegando os PDM's para plano secundário, fizeram e continuam a criar uma Região toda igual com evidente prejuízo no plano económico. Simplesmente porque as correntes turísticas, cada vez mais, procuram o diferente e não o igual; procuram a serenidade, o bom clima, mas também os elementos identificadores distintivos. Poucos turistas aqui se deslocam à procura de praia. O que lhes vendem é, sobretudo, a marca que deveria corresponder à excelência do património natural, a tranquilidade, a hospitalidade e a qualidade. Não vêm à Madeira para verem os edifícios e os centros comerciais. Vêm para ficarem deslumbrados com os elementos distintivos. E são esses elementos que estão a matar, lentamente, mas estão! Se houvesse rigor no PDM de Santa Cruz, por exemplo, o Caniço não seria aquilo que é e, na Região, um pouco por todos os concelhos, não teriam sido apagadas as marcas culturais importantes para competir com outros destinos.
Proporção da população activa com e sem escolaridade obrigatória
Com escolaridade: 43,5% - Média Nacional 47,7%
Sem escolaridade: 56,6% - Média Nacional 52,3%
Taxa de abandono escolar precoce (18/24 anos)
R. A. Madeira: 48,1% - último lugar do País. Trata-se de um indicador seleccionado pela Comissão Europeia como indicador estrutural.
Taxa de escolaridade do nível de ensino secundário (20/24 anos)
R. A. Madeira: 38,7% - penúltima região do País.
Média do País: 53,4%. Valor abaixo da taxa da média nacional de 1997 que era de 39,7%. A taxa da União Europeia (27): 78,1%.
Taxa de aprendizagem ao longo da vida (25/64 anos)
R. A. Madeira: 2,6% (igual aos Açores)
Média Europeia: 9,7%
Média Nacional: 4,4%
Taxa de escolarização no ensino superior
R. A. Madeira: 9,3% (penúltimo lugar)
Média nacional: 28,1%
Taxa de escolaridade do nível de ensino superior (25/34 anos)
R. A. Madeira: 18,2% (apesar de uma melhoria nos últimos dez anos)
Média Nacional: 21,4%
A Madeira regista o menor número de diplomados do Ensino Superior por 1000 habitantes (20/29 anos)