Assisti, esta manhã, ao melhor discurso do Dr. Jacinto Serrão. Fechou o XIV Congresso com uma intervenção segura, profunda, acutilante mas, simultâneamente, serena, aliás, como se espera de um líder. A situação da Região é tão grave e tão complexa que a solução dos problemas não passa pela habitual gritaria e por discursos cheios de emoção mas que não inspiram confiança. O presidente eleito do PS demonstrou, com a sua intervenção, total conhecimento da situação regional e, por isso mesmo, apontou as grandes linhas de orientação do seu mandato. Penso que há redobrados motivos para acreditar em um novo tempo político, de esperança que, a partir de amanhã, um novo ciclo surgirá.
O Dr. Jacinto Serrão não tem uma tarefa fácil. O poder regional é tentacular, tem trinta e tal anos de experiência acumulada e actualizada, dispõe de enormes subserviências, conta com o apoio subtil de um poderoso sector da Igreja, os canais de comunicação são limitados e os meios para chegar junto das pessoas são incomensuravelmente menores. Esta é uma realidade que parece incontornável. Mas é possível, acredito, romper este círculo, com a força e a teimosia da sustentabilidade dos projectos, com a qualidade técnica e política dos actores políticos, com uma organização profissional, rigor e disciplina interna, com o convencimento dos órgãos do partido que, 2011, está aí ao virar da esquina e que de nada valerá alguns criarem situações de desestabilização interna. A hora é de convergência, de conjugação de esforços e de permitir ao líder eleito que conduza o processo no sentido da vitória. Não será tarefa fácil mas quero acreditar que, doravante, haverá o cuidado de apenas debater os projectos políticos nos órgãos do partido. É assim que os militantes se devem comportar. No boicote ou numa calculista sementeira de interesses, de, paulatinamente, controlar desde logo os próximos actos eleitorais para as concelhias tendo em vista desafios futuros, é evidente que todos perderão e a esperança dos madeirenses e porto-santenses, uma vez mais esfumar-se-á. Há um líder eleito e é com esse líder que os socialistas devem conjugar os interesses do partido. Há responsabilidade bilaterais. Assim espero, porque há um tempo para divergir e um tempo para convergir. O tempo de divergir (campanha eleitoral) já passou. Estamos a viver um novo tempo.
Ilustração: Google Imagens.
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