Um Mestre disse-me tantas vezes: inventa desculpas para fazer coisas, nunca para nada fazer. As suas palavras continuam actuais e sigo-as com entusiasmo. Mas o Presidente, sentado naquela Quinta das Angústias, parece arranjar desculpas para este ram-ram enervante e cada vez mais penoso.
A mistificação continua com essa, quanto a mim, treta da revisão Constitucional. O Presidente do Governo voltou hoje à cantilena, como se os problemas da Madeira se devessem à Constituição. Fala, repete e repete até à exaustão a lengalenga constitucional, ao ponto das pessoas interiorizarem e se convencerem que, se calhar, uma "revisãozinha" dava jeito. Mistificação pura, da mais pura e refinada. No essencial o que Presidente pretende é que se fale de um álibi para os seus insucessos governativos, por isso inventa uma culpa externa para os resultados negativos da sua liderança.
A mistificação continua com essa, quanto a mim, treta da revisão Constitucional. O Presidente do Governo voltou hoje à cantilena, como se os problemas da Madeira se devessem à Constituição. Fala, repete e repete até à exaustão a lengalenga constitucional, ao ponto das pessoas interiorizarem e se convencerem que, se calhar, uma "revisãozinha" dava jeito. Mistificação pura, da mais pura e refinada. No essencial o que Presidente pretende é que se fale de um álibi para os seus insucessos governativos, por isso inventa uma culpa externa para os resultados negativos da sua liderança.
Mas alguém, com um mínimo de discernimento, com capacidade de olhar para o que aqui se passa, acredita que a Constituição da República é a culpada pela existência de 30% de pobres, de 15.000 desempregados, por um tecido empresarial à nora, uma escola que não funciona ou por um sistema de saúde caótico? É óbvio que a Constituição não tem nada a ver com isto. O que está aqui em causa são as políticas, as estratégias implementadas ou não, a coragem em ir ao âmago dos problemas por resolver, a capacidade de enfrentar um novo paradigma para a economia, a inteligência para romper com um sistema educativo errado, cheio de vícios, rotineiro, consequência de anos a fio de rotinas que conduziram à trapalhada que hoje enfrentamos. O problema está na definição de prioridades, na capacidade de dizer não à subsidiodependência, na sabedoria de investir onde é prioritário e com efeitos multiplicadores. O problema está aí e não na treta da Constituição.
Mas este homem que há 36 anos governa, incapaz de um rasgo de inteligência e de um projecto mobilizador, entretém-se com este contínuo disparate de inventar desculpas para os insucessos.
Um Mestre disse-me tantas vezes: inventa desculpas para fazer coisas, nunca para nada fazer. As suas palavras continuam actuais e sigo-as com entusiasmo. Mas o Presidente, sentado naquela Quinta das Angústias, parece arranjar desculpas para este ram-ram enervante e cada vez mais penoso.
E os secretários seguem o mesmo caminho: um fala, todos os dias, de milhões para "os senhores agricultores" ao ponto de ter escutado uns assobios na "mostra da banana"; outro, faz estrábicas contas para reduzir uns quantos ao número de desempregados; outro, escreve histórias de peixinhos e de Diogos; outro, vai dispensando dentistas a eito e vai empurrando com a barriga a dívida de cento e tal milhões às farmácias; outra, ainda, promete turistas e, contas feitas, as ocupação hoteleira já andam nos 50%, enfim, será que toda esta inoperância será por culpa da Constituição?
Meus caros, por favor, vão cantar para outra freguesia! A revisão Constitucional não constitui uma prioridade. Prioritário é resolver os dramas que os madeirenses e porto-santenses estão a enfrentar.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Senhor Professor
Vai-me desculpar,mas, não estou nada de acordo consigo.
Eu cá acho que é precisa uma revisão da Constituição,isto é,que se lhe faça uns simples acrescentos, tais como:
Primeiro:
Que a dívida total da Região seja transferida, de imediato, para a responsabilidade da Administração Central;
Segundo:
Que,também de imediato, seja o Governo do Dr. Alberto João a determinar os montantes a transferir,especificamente para a RAM, na Lei das Finanças Regionais.
Como vê,Senhor Professor,é, ou não,necessária, a tal revisãozinha?
Obrigado pelo seu comentário.
Nem mais!!!
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