"Só 2% das empresas do "offshore" da Madeira pagaram impostos" (...) "só 51 empresas em quase 3000 pagam IRC e cerca de 90% das empresas não têm sequer trabalhadores".
O Diário de Notícias de Lisboa faz hoje manchete com o CINM. O título: "Só 2% das empresas do "offshore" da Madeira pagaram impostos". O trabalho jornalísto, que ocupa toda a página 30, da responsabilidade das Jornalistas Carla Aguiar e Lília Bernardes, adianta que só "51 empresas em quase 3000 pagam IRC e que cerca de 90% das empresas não têm sequer trabalhadores". Os dados, salienta o DN, foram ontem revelados pela Direcção Geral de Impostos. O número de postos de trabalho efectivos limitava-se a 1677, sendo das poucas 243 que empregavam pessoas, a sua maioria apenas tinha um trabalhador.
Ora, parece-me óbvio que este modelo não funciona, merece uma aprofundada reflexão, no sentido de colocar a praça madeirense ao serviço do desenvolvimento. E essa reflexão não se faz com workshops onde apenas se ouve o conhecido refrão da SDM, entidade concessionária e que constitui uma extensão do governo. Mais. Torna-se fundamental um brainstorming que reúna especialistas, sobretudo descomprometidos com a SDM, no sentido de gerar novas opções face a um modelo que se prova estar errado.
Ilustração: Google Imagens.
4 comentários:
Amigo:
Considere o IVA também (esquecido?) e o facto de que estas empresas, não estando aqui, estarão noutro lado qualquer (há sempre outro lado) a deixar o dinheiro que deixam, nesse caso, a outros. Para elas é o mesmo. Para nós, não. Para nós é muito mau.
O dinheiro não vai embora. Simplesmente deixa de vir...
Obrigado pelo seu comentário. Não acha, meu caro, tantos colocarem reticências, não ao CINM, mas ao MODELO de funcionamento do CINM? É isso que está em causa, para que o dinheiro e a inteligência fique por aqui.
É o seu modelo que "afugenta" as empresas. Estão disposta a aqui ficar se puderem obter condições iguais ou melhores às que outros (em qualquer lado) lhes dão. São essas condições que o seu (do PS) ex-Secretário de Estado não deixou negociar a respectiva manutenção. O "seu" modelo é impor mais empregos locais, para além dos que eles acham atractivos. AO impor esses (mais) empregos obrigatórios eles vão embora para onde isso não lhes seja imposto...
É simples.
É a sua opinião, não a daqueles que, incomparavelmente, sabendo muito mais do que eu, assumem.
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