Oxalá, os da "bancada central" escutassem os que andam no meio do "peão" e, certamente teríamos melhor Educação.
Segui, pelo on-line do DN, o que alguns foram dizendo sobre Educação nos tais painéis do PSD. A ideia que me resta, neste momento, é que aquilo foi do tipo "quem dá mais?". O Professor David Justino, é preciso que não se esqueça que foi Ministro da Educação entre 6 de Abril de 2002 a 17 de Julho de 2004, veio dizer que a Educação transformou-se "numa bancada central" onde todos têm opinião e que os "sindicatos de professores são um obstáculo à mudança". O Reitor da Universidade, Professor Castanheira da Costa, sugeriu a criação de equipas mistas entre Universidade da Madeira e a Secretaria de Educação para melhor os níveis de sucesso em Português, Matemática e Inglês. Um outro, "uma academia para mudar a educação e criar riqueza". Isto é, a Educação parece ter sido transformada, esta manhã, em uma espécie de leilão.
Permito-me, desde já questionar, por onde andou ou onde esteve sentado durante dois anos, o ex-ministro da Educação David Justino. Não foi um daqueles que olhou a Educação através da "Bancada Central"? E aquela de dizer que os parceiros sociais emperram a máquina, dessa, sinceramente, não estava à espera. Pobres "pensadores". Oxalá, os da "bancada central" escutassem os que andam no meio do "peão" e, certamente teríamos melhor Educação.
Ora, bem me parecia que isto valeria zero. Porque as questões centrais da Educação não são essas que o DN colocou no seu on-line e que, pressuponho, terão sido as "ideias" mais fortes lançadas no sector da Educação. E as questões mais relevantes são as organizacionais de sistema e de escola (número de alunos por estabelecimento de ensino e por turma), as da verdadeira autonomia dos estabelecimentos de educação e ensino, as da incrível e insustentável burocracia que invade as escolas, as do paupérrimo financiamento da educação pública, as da avaliação do sistema e dos docentes, as do Estatuto da Carreira Docente, as da organização curricular e programática, as de família e as da organização social, as da formação inicial, complementar e especializada dos docentes, enfim, um infindável número de aspectos que a falta de coragem fazem determinar, já que falam de uma tal "bancada central", que muitas bolas sejam mandadas para fora. Nem na trave batem.
Faço minhas, parafraseando, as palavras dos Professores Rui Trindade e Ariana Cosme: "Se tivessemos uma Secretaria de Educação que entendesse a Escola Pública como uma necessidade crucial, e não uma Secretaria das Finanças que a remete para a coluna das despesas, o rumo das coisas seria, provavelmente, outro".
Enfim, tudo como d'antes... quartel general em Abrantes!
Ilustração: Google Imagens.
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