Espantoso, repito. Depois do dramatismo de 17.500 desempregados e que tudo leva a crer que, até ao Verão, lamentavelmente, a Região se aproximará dos 20.000 (oxalá que não), do principal responsável desta dramática situação, nem uma palavra. Fala de "piratas", de inveja e, se calhar de mau olhado.
E os outros é que estão loucos! |
Anda tudo aflito e o presidente do governo regional a inaugurar jardins e elevadores. Espantoso! E com declarações do tipo, não se pode dizer tudo, porque há "piratas à solta" que podem comprometer os investimentos. Espantoso, repito. Depois do dramatismo de 17.500 desempregados e que tudo leva a crer que, até ao Verão, lamentavelmente, a Região se aproximará dos 20.000 (oxalá que não), do principal responsável desta dramática situação, nem uma palavra. Fala de "piratas", de inveja e, se calhar de mau olhado. O dramatismo dos empresários, com a banca à perna, com dívidas acumuladas, com colaboradores em desespero, este homem, responsável pelo governo, de peito cheio, comporta-se como se estivesse no tempo das vacas gordas, durante o qual um responsável político chegou a dizer que "dinheiro não era problema".
A Região está no limite, não aguenta mais. A crise só virá a agravar a delicada situação construída durante largos anos. Ainda recentemente uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos "Encargos Assumidos e não Pagos por serviços da Administração Regional da Madeira revela que o Governo de Alberto João Jardim escondeu ao próprio TC e à Direcção-Geral do Orçamento, planos de reestruturação de dívidas a fornecedores na ordem dos 180 milhões de euros". São dívidas sobre dívidas, miséria sobre miséria e o homem continua aí a falar como se nada estivesse a acontecer, como se o Cortejo da Flor e um circunstancial aumento de turistas, conseguisse abafar a floresta do desencanto.
A Região não aguenta mais. Precisa, urgentemente, de novos actores políticos, precisa de varrer esta política que está a destruir as pessoas, dos mais frágeis aos da classe empresarial. A Madeira precisa de apresentar políticos de confiança, políticos de ciência, reconhecidos pela sua credibilidade técnica, política e social. A Região não pode ficar-se por políticos de 3ª divisão, amadores no sentido do conhecimento, pessoas que não trazem nada de novo, antes repetem, meticulosamente, o passado. É preciso que se assuma que a Região está em colapso total e esse desastre político, económico, social e cultural não se resolve com as mesmas receitas de ontem, como também não se resolve com as mesmas personalidades políticas. Tudo isto tem de dar uma volta no sentido da salvação regional. Torna-se necessária uma limpeza total nas figuras que lideram os processos políticos, uma mudança radical nos procedimentos e nos projectos, pois só por aí será possível gerar as condições de inversão do caminho da catástrofe social com a qual toda a Madeira está confrontada. Adiar esta dor social será muito complicado a muito breve prazo. E a propósito, a pirataria política não estará no governo e não nos empresários?
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Deviamos olhar para o exemplo da Suécia !Os deputados suecos não têem as mesmas regalias dos deputados lusos e quer os deputados quer o governo são obrigados po lei a divulgar o que andam a fazer!!!Por lá existe uma maior moralização cívica e politica!!!Na Suécia o povo fiscaliza o governo ,aqui o nosso governo não respeita e não tem vergonha na cara!!!
Obrigado pelo seu comentário.
Impõe-se um novo Estatuto. Resultado: Chumbado. Queremos uma lei sobre as incompatibilidades- Resultado: Chumbado.
Como sabe, é impossível no actual quadro (33 da maioria, 14 da oposição) fazer alguma moralização da vida política.
Pode ser que Outubro modifique esta situação. Vamos lá ver!
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