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segunda-feira, 4 de abril de 2011

EM 10 ANOS, NO DESPORTO, VOARAM € 328.706.420,00


A teimosia, o quero, posso e mando, fala mais alto e, porque a iniciativa provém da oposição, logo é literalmente chumbada. E assim vamos, gastando à tripa-forra, sem uma ideia, sem arrepiar caminho e sem qualquer dúvida!

Está a doer!

Quase 330 milhões de euros voaram, do orçamento regional, em dez anos (2001/2010), sublinha a edição de hoje do DN-M, num magnífico trabalho de compilação do Jornalista Francisco José Cardoso. Mais precisamente 32,8 milhões por ano, em média. Subsídios e mais subsídios para 151 entidades diferentes. Um volume financeiro que não obstou que uma grande maioria do associativismo esteja falido, por atrasos nas transferências acordadas, ou, por investimentos e consumos menos bem pensados e planeados. A verdade é que, passados dez anos, com tanto dinheiro derramado, a Região continua com uma taxa de participação física e desportiva baixa (77% não têm uma prática regular entre os 15 e os 65 anos), infelizmente, o desporto educativo escolar continua a enfermar de graves lacunas no financiamento e na participação, assiste-se a um péssim equilíbrio entre géneros (grosso modo, 75% masculinos e 25% femininos) e a uma pirâmide de participação completamente invertida: desporto escolar com cerca de 4.000 (pouco mais de 8%), enquanto o desporto federado apresenta acima dos 16.000 participantes regulares. Isto é, onde deveria existir muitos (a Escola deveria apresentar uma taxa acima dos 75%) existem poucos; onde deveriam existir poucos, porque o federado é, acima de tudo, qualidade de prática, existem quatro vezes mais.
O mais curioso disto é que, ainda na passada semana, este tema foi debatido na Assembleia Legislativa, com o PSD a defender o actual modelo, nem permitindo que, no mínimo, fosse objecto de debate em sede de especialidade. Do meu ponto de vista, teria sido uma oportunidade para a respectiva Comissão Especializada de Educação, Desporto e Cultura da Assembleia, ouvir todos os agentes desportivos, abrir o debate, auscultar as várias correntes de opinião e, depois, o governo seguir o caminho ditado por um qualquer relatório que daí resultasse. A teimosia, o quero, posso e mando, fala sempre mais alto e, porque a iniciativa foi do PS, logo foi literalmente chumbada. E assim vamos, gastando à tripa-forra, sem uma ideia, sem arrepiar caminho e sem qualquer dúvida! Enquanto isto, ultrapassam-se as prioridades sociais, porque, nas desportivas, sabe-se como tudo isto funciona!
Ilustração: Google Imagens.

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