Se estivesse em Lisboa ia hoje ao Teatro da Trindade celebrar Abril e Maio. Dois em um!
Uma festa que juntará pessoas de vários quadrantes da esquerda política. Manuel Alegre assumiu que "não é uma coisa de partidos, é de pessoas, são pessoas que se juntam, vindas de origens diferentes para reflectirem em conjunto". Segundo divulga o jornal Público de hoje, "o objectivo é quebrar o tabu de que as pessoas de esquerda não podem estar juntas para celebrar o seu imaginário e reflectirem", explicou Alegre, sublinhando: "vêm aí tempos complicados e tem de haver esquerda, a esquerda não se pode desencontrar permanentemente, há que procurar soluções e tem que se saber se existe alternativa à lógica neoliberal que domina hoje."
Este encontro que parece não agradar a certos sectores do PS, constitui, na minha opinião, um momento de clara reflexão para o desvario político desta Europa que a todos nos esmaga com a sua lógica neoliberal. Ademais, à habitual concertação de estratégias da direita (PSD e CDS/PP podem parecer diferentes, e são, mas, no momento certo, estão sempre juntos), porque raio a esquerda democrática e em liberdade não se junta naquilo que a une (os princípios e os valores sobretudo sociais) deixando de lado o que a desune, num momento tão avassalador como este de perda de direitos, de protecção aos fortes e espezinhamento dos mais fracos?
Se eu lá estivesse, ía ouvi-los e dizer bem alto que não gosto do prato que me estão a colocar à frente dos olhos.
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