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sexta-feira, 6 de junho de 2008

A POBREZA E O RELATÓRIO DA CÁRITAS

O relatório da Cáritas Diocesana, relativo aos últimos seis meses, a avaliar pelo que ouvi da boca do seu presidente, é implacável no que diz respeito aos sinais de aumento da pobreza. Cáritas que, no próximo fim-de-semana, na rede de hipermercados Pingo Doce, procederá a uma recolha de produtos que ajudem a matar a fome a muita gente.
Concordo com o presidente da Cáritas quando coloca em causa uma sociedade orientada para o consumo, para os cartões de crédito e não para a economia doméstica e para a necessidade de reaprender a poupar. Em muitos casos julgo que sim. Noutros, perguntar-se-á, como pode uma família poupar com os salários tão baixos que a maioria tem, com as pensões de miséria, com os crónicos problemas de alcoolismo, toxicodependência e ausência de políticas de uma maternidade responsável? Evidentemente que não pode. Mesmo as famílias com alguma estrutura, face aos valores que atingiram o crédito a habitação, os encargos de alimentação, despesas correntes de água e energia, educação dos filhos, vestuário e calçado, pergunta-se, também, como podem poupar? É muito difícil.
A questão que se coloca é a de saber o que tem andado o governo da Região a fazer, ao longo de trinta anos, para chegarmos aqui com 80.000 pobres? Que modelo económico é este que gera uma pobreza crescente e um fosso significativo entre ricos e pobres? Que governo é este que não soube definir sérias políticas de família e consistentes instrumentos educativos e culturais para enfrentar os desafios da vida? O problema também reside aqui.

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