Ora, uma pessoa imbuída destes valores, obviamente, que terá de ser uma pessoa não acomodada, fingidora e de braços caídos. Terá, naturalmente, que fazer parte de um grupo de pensadores que se manifestam contra a "militância do silêncio". Quando, aos outros, se atribuem "pecados", talvez o "pecado" maior seja o da "militância do silêncio" (...)
Tenho uma cada vez maior admiração pelo Senhor Padre José Luís Rodrigues. Admiração pelo desassombro das suas mensagens, pelos respeito que nutre por princípios e valores de Vida, pela fé de que dá nota, pela profundidade da Palavra que transmite. No seu blogue pessoal (Banquete da Palavra), que assiduamente visito, leio: "Sou sacerdote. Gosto muito do que faço. Ora bem, e o que se há-de esperar de quem é feliz! Assim, o que mais desejo neste mundo é que os outros também sejam muito felizes. Por isso, façam todos o grande favor de serem felizes".
Ainda hoje, lá colocou um post, um poema de Sebastião da Gama:
"Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
(...)"
Ora, uma pessoa imbuída destes valores, obviamente, que terá de ser uma pessoa não acomodada, fingidora e de braços caídos. Terá, naturalmente, que fazer parte de um grupo de PENSADORES que se manifestam contra a "militância do silêncio". Quando, aos outros, se atribuem "pecados", talvez o "pecado" maior seja o da "militância do silêncio", como o ilustre Reverendo declarou hoje ao DN. É uma voz incómoda, é claro que é. Mas também não tenho dúvidas que a voz do Padre José Luís Rodrigues é construtora de uma Igreja verdadeira e não de uma Igreja bafienta, arrumada e trancada nas gavetas da Sacristia.
Não coloco aqui a questão entre crentes e não crentes, entre os que têm e os que não têm fé, coloco sim, aqui, a existência de uma instituição universal, com dois mil anos, com um poder que nenhuma outra desfruta, e que não pode ou não deve prosseguir na "omissão e nos silêncios, sobretudo aqueles pensados e estudados", porque tudo isso "é uma forma de tomar partido". Concordo, Padre José Luís, que essa "militância do silêncio" se torna castradora da Libertação, o que contraria, como sublinhou, que "é algo que vai contra aquilo que fez Jesus Cristo, "que tomou posição clara em relação aos poderes quer religioso, quer político" (...) "Jesus foi o maior político da história, tomando partido pelos mais pobres, numa afronta directa em relação aos poderes político-religiosos da época".
É por isso e pela sua inteligente participação cívica, de Homem feliz que apenas deseja que os outros também sejam felizes, que aqui deixo a minha admiração. Aliás, tantas vezes digo no meu círculo de amizades: se sou feliz, porque raio os outros não têm esse direito? É por isso que, relativamente ao Padre José Luís, apenas sublinho: tomara que a nossa terra pudesse contar com muitos que traduzissem a Palavra por miúdos, devidamente contextualizada na Vida.
Um abraço de grande admiração.
Ilustração: Google Imagens.
3 comentários:
Meu ilustre amigo,
a sua palavra de admiração pelo que sou e digo, é reconfortante e dá-me força para nunca deixar de ser o que Deus permite que eu seja. Obrigado e saiba que também nutro também uma grande admiração por tudo o que é e faz na nossa terra em ambiente tão adverso para quem toma outras opções que não sejam as do poder dominante. Um forte abraço.
José Luís, p.
Este Senhor Sacerdote,nunca mais chega a Bispo! Nem sequer a Cónego...
Obrigado pelos vossos comentários.
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