Levantou alguma celeuma um texto que escrevi sobre Gaula. Excepcionalmente, repito, excepcionalmente, volto ao assunto, apenas por consideração pessoal ao meu Amigo Dr. Miguel Fonseca. Ora bem, o que apenas tentei transmitir foi uma preocupação relativamente à sistemática perda de militantes e simpatizantes, porventura por um erro histórico das sucessivas direcções do PS, muito pouco dadas à gestão dos seus recursos humanos, isto é, à defesa do seu principal e talvez único activo. Tem sido evidente, ao longo dos tempos, que as situações vão se degradando até a um ponto que, quando se quer assumir o controlo, torna-se complicado. O que temos vindo a assistir nos últimos anos leva-me a ter receio, até, do efeito de contágio. Quis, assim, através de um texto, alertar para a necessidade de um outro olhar sobre estas questões, como atitude preventiva, uma vez que, numa Região tão difícil quanto a nossa, retirar pessoas ao pouco que temos, não municia o partido para as tarefas difíceis que aí estão à porta. Foi o meu contributo para uma reflexão que se impõe.
Ademais, o texto não visou ninguém. Há, infelizmente, quem tivesse pensado assim. O problema não é meu. Não foi o caso do meu Amigo.
Apenas, face a uma situação que se arrasta há já muito tempo e que acabou por se degradar totalmente, defendi e continuo a entender que, no actual contexto político e partidário, teria sido preferível deixar o marfim correr e apoiar os "nossos" independentes. Os dirigentes do PS ficariam então com tempo suficiente, à luz dos pressupostos de gestão de recursos que enunciei, para desfazer equívocos, garantir a continuidade do trabalho político das pessoas envolvidas e, naturalmente com muitas outras, apresentar-se em 2009 como uma força credível para ganhar o Concelho. No actual quadro, uma das hipóeses é perdermos as pessoas, a Junta e o Concelho. Oxalá esteja eu errado, repito. Ficarei feliz com isso.
É evidente que os militantes têm deveres e que os devem cumprir escrupulosamente. Por isso falei de rigor e de autoridade. Os militantes ou estão ou não estão. Eu vivi situações dramáticas nos anos em que desempenhei funções de Vice-Presidente e de Secretário-Geral do PS. Repito, dramáticas, mas guardo-as para mim. Eu sei do que estou a falar e é por isso que compagino a experiência vivida com os estudos académicos, o que me leva, hoje, a ter uma atitude preventiva.
Portanto, o problema é saber, neste caso específico e no actual contexto político, em termos estratégicos, o que é que o Partido ganha expulsando? Pode parecer um paradoxo, aceito, mas à luz da realidade política, onde as situações apagam-se mais rapidamente que a tecla "delete", talvez fosse conveniente um recuo no sentido de ganhar espaço para o futuro. É a minha leitura de processo, embora, verdade seja dita, não domine os contornos dos desacordos. Conheço a verdade da comunicação social. Mas há outras, evidentemente. Só que a da comunicação social, como sabemos, impõe-se sobre todas as outras. É letal.
Repito, oxalá esteja eu engando, mas não me parece. Até porque, o PSD, nestas coisas não dorme. Ah! Relativamente às minhas posições assumidas nos últimos tempos, apenas lhe digo que me manifesto em função dos princípios e dos valores que me orientam na vida e, por isso, em tudo tento ser coerente. Não me guio ao sabor de interesses pessoais ou de grupo e tenho da actividade política um serviço à comunidade. O meu Caro Dr. Miguel Fonseca sabe que assim sou. Disputei uma vez as eleições para a presidência do Partido. Perdi e não repetirei. Mas sou militante, com deveres, é certo, mas também com direitos.
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