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quinta-feira, 8 de maio de 2008

O SIGNIFICADO DE 62 MILHÕES...

Diz a responsável pela Segurança Social da Madeira que, à data de Dezembro de 2007, o montante da dívida à Segurança Social rondava os 62 milhões de euros (61.910.034 euros) e que as empresas são, naturalmente, as grandes devedoras. Nada que já não se soubesse.
Algumas negociações em curso poderão, episodicamente, fazer baixar aquele montante. A tendência, porém, a breve prazo, será para o aumento daquele preocupante valor. A situação de grande fragilidade da economia regional, um tecido empresarial esfarrapado, um poder de compra que decresce a olhos vistos pelas mais variadas razões, onde se enquadram indisfarçáveis indicadores de pobreza, um governo incapaz de alterar o paradigma económico, enfim, qualquer pessoa atenta vê que estão criadas as condições propiciadoras de uma situação de rotura.
Aqueles 62 milhões constituem, entre muitos outros, um indicador terrível porque transmite a sintomatologia da fragilidade, de uma sociedade aparentemente saudável mas corroída e doente por dentro. E ao contrário do que seria de esperar, isto é, de vermos um governo a tomar medidas para contrariar a situação, vemos um governo a empurrar os problemas, varrendo-os para debaixo do tapete, gritando cada vez mais alto, sacudindo responsabilidades suas para os outros, enfim, com uma estratégia suicidária que a todos nos arrastará.
É tempo, depois de trinta e dois anos de governo PSD, os madeirenses e porto-santenses tomarem consciência da situação real e responsabilizar politicamente quem nos leva, diariamente, para o abismo. Os contornos e a estrutura em que assenta esta política não tem retorno. Acredito que consigam introduzir algumas correcções, todavia, elas serão sempre marginais. O essencial manter-se-á porque a matriz orientadora deste poder está definida e dela não saem.
Confesso que receio pelo futuro de milhares de madeirenses e receio pela perda de Autonomia.

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