A rádio e a televisão públicas sediadas na Região, uma vez mais, foram na cantilena do Presidente do PSD-Madeira. Ontem, deslocaram recursos humanos e materiais, que custam muito dinheiro, para, em directo, darem cobertura a uma declaração político-partidária sem qualquer interesse para a Madeira. Eu diria que caiu a máscara. É por estas e por outras que, por mais que apregoem a independência da rádio e da televisão de serviço público, estas atitudes demonstram, inequivocamente, como é que alguns, descaradamente, colaboram com a manutenção deste poder.
O Presidente do Governo não chamou os jornalistas para uma declaração política, por exemplo, sobre o grave problema da liberalização da linha aérea que está a penalizar todos os madeirenses; não convocou os jornalistas para equacionar a vergonha que se passa na operação portuária que torna a vida difícil a todos os madeirenses; não os chamou para dizer o que está a fazer na área dos combustíveis cujos preços de revenda está a penalizar pessoas e empresas; não reuniu os meios de comunicação para falar dos três mil milhões de dívida e como é que o governo pretende sair da situação criada. Chamou os jornalistas para uma questão de mexerico partidário, sem qualquer relevância e que à maioria do povo nada diz.
E a televisão e a rádio públicas, em directo, lá estiveram, dando cobertura, divulgando a imagem e um poder que se esmorece passando a Ponta de S. Lourenço.
Escrevo, obviamente, com a força das convicções políticas que me animam. Mas escrevo, sobretudo, porque sou cidadão e porque entendo que, ontem, a rádio e a televisão públicas escreveram mais uma página indecorosa e de nítido favorecimento de um homem e de uma política. Para mais, quando todos conheciam o essencial do texto da declaração. Basta!
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