Os madeirenses e porto-santenses estão a ser espoliados por terra, mar e ar. Trata-se de uma ataque sem precedentes. Hoje é proibitivo o preço a pagar para sair da Região por via aérea. Ultrapassa, em muitas situações, o valor do ordenado mínimo nacional e, na generalidade, aproxima-se desse quantitativo. A TAP oferece, como engodo, umas tarifas ditas promocionais, limitadas no tempo e, quando se telefona a resposta é, invariavelmente, "para esse valor já não temos". Um escândalo. Enquanto isto acontece, o governo, sem capacidade de resposta, sugere que se aguarde um ano para que o mercado funcione. Não fizeram, atempadamente, como era seu dever, o trabalho de casa, incentivando companhias a entrar na rota após a liberalização; não estabeleceram um tecto no valor a pagar pelos madeirenses, enfim, deixaram os madeirenses entregues nas mãos do mercado esquecendo-se, até, que havia o princípio da continuidade territorial a defender.
Pelo ar é assim. Por mar é o que se sabe relativamente ao escândalo dos preços praticados no porto do Funchal que encarece tudo quanto consumimos. Outra vergonhosa exploração! Uma autêntica fraude a todos os que vivem nesta Região. Basta só referir que, por exemplo, o concessionário do porto de Leixões movimenta cerca de 282.000 contentores por ano e factura 38 milhões de euros. A autoridade portuária recebe cerca de 11 milhões de euros; o porto do Caniçal movimenta 81.000 contentores e a facturação da OPM é de cerca de 15 milhões de euros. Isto é, a OPM factura metade do concessionário do porto de Leixões e movimenta menos 4,5 vezes o número de contentores. E perante isto, o governo regional continua mudo, sem reacção, interesseiramente apático. Quem sofre com isto? Todo o povo da Região.
E em terra é espoliado, também, pelo preço de todos os produtos importados, pelo escandaloso preço dos combustíveis (em Canárias o preço dos combustíveis é substancialmente mais barato que na Espanha Continental que, por sua vez, é mais barato que em Portugal), pela especulação dos preços dos solos e da habitação, enfim... o madeirense e o porto-santense é, claramente espoliado por mar, terra e ar. E o governo sem uma palavra, sem medidas concretas, naquilo que mais aflige o dia-a-dia dos que aqui vivem. A preocupação, neste momento, é se o líder e culpado de tudo isto é ou não candidato à presidência do seu partido! Cada povo tem, de facto, o que merece. Até um dia.
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