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sexta-feira, 23 de maio de 2008

CRESCE O DESEMPREGO NA MADEIRA

A situação está cada vez mais complicada. Os registos oficiais apontam 8.635 desempregados e um crescimento de 5,4% relativamente ao ano anterior. As falências estão a acontecer a um ritmo preocupante. Mais de 350 espaços comerciais abertos ao público fecharam nos últimos tempos. Hoje dou com o pessoal da sapataria Charles à porta, reivindicando pagamentos, imagine-se, de 2006. Sabe-se, por outro lado, que muitas pequenas e médias empresas estão em situação difícil e, perante um quadro extremamente preocupante, o Governo, pela voz do Secretário dos Recursos Humanos, distorce a realidade, repetindo pela enésima vez o discurso de que estamos melhores que a taxa nacional de desemprego.
Trata-se de uma situação muito preocupante quando se sabe que 40% do desemprego na Madeira é estrutural e de longa duração. Um facto que, entre outras variáveis de análise, coloca a Região no pior indicador de conforto do País, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Um facto que contribui para o agravamento dos níveis de pobreza cujo último estudo aponta para cerca de 80.000 pobres num universo de 250.000 pessoas. Quase um terço da população vive com sérias dificuldades.
Preocupante, ainda, porque quando há pobreza as famílias não podem pensar numa educação de longo prazo. Pensam ao mês ou mesmo à semana. Daí o abandono da escola, a incapacidade para dar a volta ao analfabetismo e, por fim, a falência da formação académica e profissional. Tudo se junta num círculo vicioso que conduz a múltiplos desvios comportamentais, toxicodependências diversas, marginalidade e crime.
Enquanto tudo isto está a acontecer não se debate, sobretudo na RTP-M, aos olhos dos madeirenses a gravidade do problema que a todos está a atingir. A população está farta de paleio, de conversa fiada e dos fait-divers que as eleições internas do PSD estão a suscitar. Quero lá saber que o Dr. Jardim esteve duas horas à espera do Dr. Santana Lopes. O povo tem direito a explicações do Presidente em matéria de empregabilidade. Tem direito e espera que este assunto seja debatido com a Oposição, porque há necessidade de implementar medidas de carácter económico, susceptíveis de arrancarem os empresários da situação dífícil em que se encontram gerando o necessário emprego.

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