No dia 11 de Junho, na Assembleia da República, será discutida uma iniciativa do CDS/PP relativamente à liberalização da linha Continente - Madeira. A este propósito, o Deputado do PSD, Dr. Guilherme Silva, considera ser esta a "Hora da Verdade" para testar as relações entre os governos da República e da Madeira. Ora bem, se há aqui um culpado pela situação a que se chegou no que diz respeito ao escândalo dos preços praticados pela TAP, esse culpado, em primeiríssimo lugar, é o governo da Madeira que assinou um acordo que lesava, nitidamente, os madeirenses e porto-santenses. Nunca o deveria ter feito. Em segundo lugar, pergunta-se, afinal, onde estava o Dr. Guilherme Silva, representante mor do PSD-M para lá da Travessa, quando estes assuntos foram equacionados? O que disse? Que posição assumiu? Que chamadas de atenção públicas fez para a gravidade de um acordo que subvertia o essencial das conclusões do "Grupo de Trabalho" sobre esta matéria? Esteve calado e deixou o marfim correr de acordo com as intenções do Governo Regional. E agora ergue-se como se não fosse um dos representantes da Região no primeiro Órgão de Soberania de Portugal. Ao contrário de considerar ser esta a "Hora da Verdade", o Dr. Guilherme Silva deveria contar "Toda a Verdade".
No exercício da política exige-se coerência e bom senso e não contrapontos oportunistas de conteúdo partidário medíocre. É por estas e por outras que a população desconfia da atitude de seriedade dos políticos. O que a população da Região neste momento quer é que o problema criado seja resolvido, de tal forma que não tenhamos todos de pagar as incompetências políticas de alguns e até mesmo a falta de solidariedade do Estado relativamente ao cumprimento do princípio da continuidade territorial.
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