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sábado, 11 de setembro de 2010

TERRORISMO POLÍTICO


Que eu saiba, pois sou líder do Grupo Parlamentar, Vice-Presidente do PS, membro do Secretariado e da Comissão Política, esse BOATO, é isso mesmo, uma colossal mentira, NUNCA foi motivo de abordagem e, por isso mesmo, integra-se na lógica do terrorismo político para tentar derrubar a "Plataforma Democrática". Essa forma de actuação política, baixa e rasca, espelha o nível desonesto a que a actividade política chegou. É o reino do vale tudo.


Não deixa de ser curioso o facto do PSD falar mais da "Plataforma Democrática" que o próprio PS. São esfuziantes declarações, é a Comissão Regional, são artigos de opinião, eu sei lá, o que por aí vai de efervescência. Mal o sino da convergência tocou, Aqui d'el Rei que nos querem apear do poder. Falam de frentismo, de coligações espúrias, de esquizofrenia, enfim, estão na rua a evidenciar uma preocupação que apenas significa a insegurança que sentem no seu poder, interno e externo. Como se não fosse legítimo as forças políticas da oposição defenderem bandeiras comuns, as da democracia em toda a sua extensão, as da autonomia e as das questões de natureza social. Questões transversais que por serem transversais não colocam em causa a identidade de cada partido, os seus domínios ideológicos e os seus programas. Mas, para o poder, a "Plataforma Democrática" constitui uma séria ameaça, porque pode concentrar atenções, pode despertar o interesse dos eleitores que não suportam esta governação e, lá para o ano, as coisas se complicarem. Portanto, esta efervescência do PSD, repito, esta sensível angústia, dá a entender apenas insegurança, pelo que a "Plataforma", apesar do seu estado ainda embrionário, pode dar-se por satisfeita em função da propaganda que está a ser conseguida, em toda a Região, com um mínimo de esforço.
A preocupação é tal que o presidente do PSD já veio dizer que no Congresso social-democrata, serão reeditados os tais painéis temáticos. Óptimo. Meia dúzia de temas e salas cheias, com toda a gente da estrutura governativa "convocada" para o efeito. Sou do tempo que a ANP (Acção Nacional Popular que substituiu a União Nacional, no designado Estado Novo, fazia exactamente o mesmo). O problema é que não se ganham eleições dentro de uma sala. Ganham-se no exterior através da vontade do povo. E o Povo, apesar de condicionado pelos tentáculos do polvo político, é muito mais que a estrutura política. O curioso desta situação, dos tais painéis temáticos, é que eles surgem como uma resposta política à realização de uma eventual "Convenção" da Plataforma Democrática anunciada lá para a Primavera. E o que o presidente do PSD anunciou tem uma finalidade muito objectiva: vejam lá, cuidado, ninguém se comprometa, porque nós é que vamos definir o futuro. Mais, subtilmente, instigou o medo pela participação livre dos cidadãos. Não bastasse isso, por meios perversos, lançou a questão de uma nova Lei Eleitoral que colocaria os partidos de menor expressão eleitoral fora do Parlamento. Pressuposto que, além do mais, SERIA INCONSTITUCIONAL. Que eu saiba, pois sou líder do Grupo Parlamentar, Vice-Presidente do PS, membro do Secretariado e da Comissão Política, esse BOATO, é isso mesmo, uma colossal mentira, NUNCA foi motivo de abordagem e, por isso mesmo, integra-se na lógica do terrorismo político para tentar derrubar a "Plataforma Democrática". Essa forma de actuação política, baixa e rasca, espelha o nível desonesto a que a actividade política chegou. É o reino do vale tudo e nisso EU NÃO ALINHO! Aliás, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, percebe que ninguém avançaria com uma proposta para liquidar os pequenos partidos, ao mesmo tempo que negociava uma convergência na actuação política. Que eu saiba, repito, o PS considera que não faz sentido qualquer revisão (
vide DN de hoje). Portanto, parece que tudo vale para denegrir a imagem do PS e a sua aposta na convergência política que recoloque na agenda do dia as questões de natureza Democrática, os desvios da Autonomia e as sempre oportunas questões de natureza social. Regresso ao princípio, para concluir que, com esta nova atoarda, o PSD só demonstra que está muito preocupado.
NOTA:
Vale a pena a leitura do Carta do Leitor da autoria do Dr. Rodrigo Trancoso (BE) publicada na edição de hoje do DN. Deixo aqui um excerto:
"(...) Neste sentido, é absurdo esperar que a referida plataforma se pronuncie contra o Governo da República ou, por exemplo, contra o casamento homossexual, porque ao assim proceder estaria a atacar frontalmente um dos seus supostos intervenientes. Todos sabemos que existem diferenças políticas, programáticas e ideológicas nos diversos partidos políticos da oposição. O que se pretende com esta plataforma não é esbater e muito menos anular essas diferenças. O que se pretende é tão-somente unir esforços em torno de um objectivo comum: derrubar e acabar com o Jardinismo. Tudo o que extravase este propósito, deverá ser concretizado fora do âmbito da referida Plataforma. Neste sentido, é expectável e desejável até, que todos os partidos que venham a constituir a Plataforma continuem de forma independente e livre a sua própria acção política, procurando só não colidir quando estiver em causa o ataque às opções do GR ou do PSD/M. Assim, é imperioso, que por parte de todos os aderentes da PD, haja a maturidade democrática necessária e suficiente para aceitarem e compreenderem as naturais divergências políticas que eventualmente surjam no decurso da acção política de cada um.
O importante é que no âmbito da PD se dê relevo ao que os une em detrimento das naturais diferenças. Que esta PD seja um exemplo de MATURIDADE E CULTURA DEMOCRÁTICAS, constituindo dessa forma um projecto ambicioso e catalisador da sociedade civil em torno de uma Melhor e Mais Democrática Autonomia!!!"
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Espaço do João disse...

Meu Caro Amigo.
Sempre ouvi dizer que quem C. tem mêdo. Será verdade? Eles já estão a ver o tapete a sair debaixo dos pés.Vamos todos dar um empurrãozinho, pode ser que resulte. Embora discorde do General Petain, ele dizia que vale mais um rato vivo que um herói morto. Nunca nos devemos esquecer que os ratos anunciam o afundamento do navio.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Há um crescente desconforto. É sensível. Mas, em todo este processo terá de existir serenidade, inteligência, humildade e não pensar que o partido está primeiro que as grandes convicções e necessidades que a mudança exige. Espero que todos saibamos aproveitar o essencial, deixando de lado o acessório.