Ao desvirtuar os seus princípios orientadores, a “coisa pública” passou a ser a propriedade de alguns, pelo que o ideal republicano, o bem comum morre aos pedaços. Hoje estamos entregues a vários directórios internacionais que determinam a formação académica, o que comer, o que vestir e até em quem votar. Veja-se o caso dessa organização Bilderberg, de contornos secretos, onde cento e trinta políticos determinam quem ocupa os lugares de relevo, no fundo, quem na lista dos subservientes, está em condições de obedecer às lógicas de um poder que corresponda à vontade dos senhores do mundo.
Vivemos tempos de turbulência e de conflito entre o Norte e o Sul, entre o interior e o litoral, entre o global e o local e, para esta configuração, nascida do desvirtuamento do exercício político, a República precisava de Homens e Mulheres com capacidade de restaurar a credibilidade, o ser antes do ter e, no essencial, a Democracia. Ao desvirtuar os seus princípios orientadores, a “coisa pública” passou a ser a propriedade de alguns, pelo que o ideal republicano, o bem comum morre aos pedaços. Hoje estamos entregues a vários directórios internacionais que determinam a formação académica, o que comer, o que vestir e até em quem votar. Veja-se o caso dessa organização Bilderberg, de contornos secretos, onde cento e trinta políticos determinam quem ocupa os lugares de relevo, no fundo, quem na lista dos subservientes, está em condições de obedecer às lógicas de um poder que corresponda à vontade dos senhores do mundo. Os líderes deixaram de ser os mais capazes, mas quem interessa em um determinado momento. Numa lógica destas, a praxis desta República só pode coexistir na mentira, na farsa, na fraude, na corrupção, na morte dos valores, na traição aos direitos, na asfixia da diversidade em função de uma teórica coesão. E todos somos enganados no menu vistoso da oferta e das oportunidades, todavia, sabe-se que o menu está envenenado. Aplaudimos a oferta sem que nos apercebamos da engrenagem que por detrás dela se esconde.
Na República pela qual me guio, o Homem não constrói a arma da sua destruição social, antes preocupa-se com os princípios éticos, com a pobreza, a fome, o desemprego, as assimetrias, as fortunas mal explicadas, em um combate pela incultura como terreno fofo para a sementeira de tudo quanto agride o próprio Homem. A República não é sinónima de ausência de humanismo, de fraternidade e de igualdade e não pode ser confundida com liberalismo. Pelo contrário, assume o contraponto e reage a uma sociedade sustentada no princípio de “nada mais certo no futuro que o emprego incerto”. Os princípios republicanos não assentam nessa perversidade dos ombros políticos que se encolhem perante a violência de uma sociedade onde se apregoam mais direitos do que justiça.A República não está esgotada em contraponto a outros regimes. Ela, mais do que nunca, precisa é de mais Povo, do afastamento dos actuais líderes e mentores da desgraça global e local, precisa de Homens e de Mulheres livres, capazes de gerarem o novo com criatividade, gente com traço humanista, que saiba impor uma nova ordem económica, social e cultural, e de interpretar o desenvolvimento ao serviço do ser humano e não dos egoísmos que matam. A República passa por aqui, por uma terra de gente humilde mas que ainda não soube se libertar do Senhorio. Humilde porque a escola chegou mas a educação não; a luz chegou mas incapaz de iluminar a consciência cívica; a estrada foi oferecida mas não a via do conhecimento e da cultura. Caso para dizer, oh Res pública, por onde andarás?
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Caro André Escórcio,
No link seguinte uma entrevista que dá para reflectir...
Um Abraço
http://videos.sapo.pt/JoFz521LdtWURRpTF1YY
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