Com que então... o governo decidiu abrir uma linha de crédito bonificada, no montante de 15 milhões de euros, de apoio às empresas madeirenses. Bom, mas há quanto tempo o Deputado Carlos Pereira, do PS, vem afirmando tal necessidade, todavia, de forma integrada com outras medidas que altere o modelo económico vigente na perspectiva da criação de um novo paradigma económico que conduza a Região para uma situação menos aflitiva!
Os sinais de grande debilidade relativamente à saúde financeira das empresas eram sensíveis e estão por todo o lado: as empresas que encerram a actividade, o despedimento e o aumento do número de desempregados, as dificuldades de pagamento nos compromissos assumidos, os próprios desabafos dos empresários com quem nos cruzamos no dia-a-dia, enfim, há quanto tempo era evidente a sintomatologia de rotura! O governo vergou-se à realidade. Só que aquela medida, de uma forma isolada, isto é, sem ter em conta outras variáveis, pode corresponder a uma mera, pontual e perigosa "oxigenação" das empresas. Quantas, pergunto, estarão em condições de assumir mais um crédito, quando se encontram, desde há muito, descapitalizadas? Quantas pensarão duas vezes para recorrer a esta arma de dois gumes?
Ora bem, recorrer ao crédito pode ser vantajoso para algumas empresas e, certamente, sê-lo-á, mas estou em crer que, o que a maioria dos empresários precisa, não é de mais uma fonte de endividamento mas sim de soluções. Por exemplo, de uma baixa dos impostos, na redução do preço dos combustíveis, que o IVA não seja pago contra a factura mas sim contra recibo, que o governo defina uma data para liquidação dos compromissos assumidos (se os empregados têm de ser pagos até ao última dia útil do mês, se o IVA tem de ser pago até ao dia 10 e se a segurança social tem de ser liquidada até ao dia 15, nada mais natural do que o governo, por seu turno, estabeleça uma data para liquidação das facturas), estas entre tantas outras soluções que estão devidamente escalpelizadas e que têm sido defendidas na Assembleia Legislativa da Madeira através de inúmeras iniciativas legislativas infelizmente chumbadas. Mas o problema de fundo, convenhamos, é de paradigma económico e, enquanto não houver coragem para aí mexer (os interesses são muitos, pois claro...) uma vez mais poderá ser a banca a grande beneficiada desta operação.
Depois, pede o Senhor Vice-Presidente do Governo que "rememos todos para o mesmo lado"; ou será que compete ao Senhor Vice-Presidente começar a remar para terra?
Nota: No último programa de governo do PS, apresentado em Abril de 2007, está lá tudo. A parte económica, da autoria do Dr. Carlos Pereira, explica como sair da crise. É uma questão de copiarem mas... dizendo a fonte, obviamente.
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