O Dr. Paulo Campos, Secretário de Estado dos Transportes e a Drª Conceição Estudante, Secretária Regional com a mesma pasta, podem dizer o que quiserem sobre a liberalização do espaço aéreo, mas que ela continua a ser penalizadora para os madeirenses, disso não tenho dúvidas. O primeiro até fala, hoje, numa entrevista do DN-Madeira, em viagens que variam entre dois euros e 125 euros, já descontado os 60 euros, sem taxas, ida e volta. Motivado por essas declarações entrei no sítio da TAP, na Internet, e marquei uma viagem de ida e volta ao Porto com saída, no dia 31 de Outubro às 16,30 H. e regresso, a 02 de Novembro às 18,20 H. Preço: € 362,94. Descontados os € 60,00 de subsídio a ligação fica por € 302,94. É caro, muito caro para a esmagadora maioria dos madeirenses!
Por outro lado, não é o Dr. Paulo Campos nem a TAP que devem impor as datas e as horas dos voos. Há circunstâncias que impõem a definição de determinados horários. E ambos os Secretários sabem, também, que é um absurdo marcar para daqui a três ou seis meses uma viagem que ninguém pode assegurar da sua disponibilidade para viajar. E sabem, também, que algumas ligações podem ser favoráveis no preço mas, depois, temos de pagar um hotel para passar noite. Não se gasta por um lado mas gasta-se por outro. E sabem, também, que há viagens de negócios, reuniões que são marcadas de uma dia para o outro e entretanto desmarcadas. E sabem que há pesadas multas se o passageiro alterar a marcação entretanto feita. E sabem, também, que há consultas e exames médicos urgentes. E sabem que os estudantes nem sempre podem marcar, por múltiplos factores, as viagens com a antecedência que pretendem. E sabem que as companhias de baixo custo têm preços semelhantes. E sabem que as taxas de combustível são exorbitantes. Eu gostaria de ter visto os dois, o Dr. Paulo Campos e a Drª Conceição Estudante, no aeroporto do Funchal, quando os estudantes, no princípio deste mês, tiveram de embarcar para realizarem as suas matrículas no ensino superior, gostaria de os ter visto a presenciar a dor que foi para muitos encarregados de educação, terem de pagar ali, sem apelo, quase € 500,00!
Ora bem, continuo a defender o "céu aberto" mas com tectos máximos. E não há nisto qualquer paradoxo. Vivemos numa ilha, os transportes aéreos são fundamentais, não apenas para quem nos visita mas para nós que precisamos de sair. Há aqui um "serviço público" que não deve ser esquecido. O problema é que não temos um governo regional que nos defenda e que diga BASTA. Quando, na assinatura do acordo de liberalização, a Secretária Regional sublinhou que aquele era "um momento histórico"... o caldo ficou entornado.
Nota: Entretanto, fiz uma consulta para um voo Funchal - Lisboa - Munique - Hensínquia (Finlândia) e regresso: Hensínquia - Frankfurt - Lisboa - Funchal, com ida no dia 03 de Novembro e regresso no dia 22 de Novembro. Preço: € 485,30, retirando os € 60,00 a ligação ficará em € 425,30. Ora bem, estão ou não a brincar com isto?
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