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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONFORME

O Presidente da República Portuguesa denota, claramente, à medida que decorre o mandato, falta de jeito para o exercício de tão nobre e importante função. Isso é sensível nas visitas que faz e nas declarações que produz. Por seu turno, este é um mero aparte, a sua mulher, não percebeu, ainda, qual o lugar que o protocolo lhe reserva nas visitas. É vê-la a puxar pelo marido e a ajeitá-lo frente aos fotógrafos e a mandar alguns palpites que, muitas vezes ao Presidente diz respeito. Mas isso é outra história. O que me preocupa é a sua postura enquanto Presidente de todos os portugueses. Por exemplo: olhou para o Estatuto Político-Administrativo dos Açores e, em comunhão com as suas assessorias, descobriu que certas partes do texto colocavam em causa as suas competências de Primeiro Magistrado da Nação, mas olha para a Região Autónoma da Madeira e para a qualidade da democracia que por aqui acontece em múltiplos domínios e mantém um silêncio ensurdecedor. Aliás, a sua recente visita oficial à Madeira foi paradigmática a esse respeito, ao ponto de não ter agendado uma sessão na sede do debate político na Madeira. Depois, foi o que se assistiu: louvores e mais louvores numa atitude de nítido branqueamento da vida política madeirense. Neste quadro, pergunto, se os madeirenses podem dele esperar alguma coisa quando denuncia receio pelas eventuais provocações que saiam da Madeira pela voz da maioria que governa?
Em Belém os portugueses querem um Presidente que seja, de facto, de todos os portugueses, independentemente da sua origem partidária, por isso, espero que esta figura cinzenta do Portugal moderno venha a ser reeleita nas próximas presidenciais. Que a esquerda política comece a pensar nisso e que se assista a uma convergência de esforços para que não seja surpreendida.

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