"No seu conjunto, a ligeireza (para não dizer leviandade) com que se pronunciam sobre os assuntos agendados, traduz-se num mau serviço prestado a um auditório, maioritariamente, merecedor de uma rigorosa informação, contraponto da propaganda tendenciosa do poder instalado. Ribeiro Cardoso, bem como a população madeirense, mereciam, e merecem, uma outra qualidade jornalística" - comentário de um leitor.
Antes, confesso, que com alguma regularidade acompanhava o "Dossier de Imprensa", da RTP-M, que tinha como "pivot" o Jornalista Dr. Roquelino Ornelas. Muitas vezes trazia para o centro do debate assuntos cujos contornos, eu, envolvido na política, não tinha lá chegado. E isso era importante. Era incisivo, aberto e tinha qualidade. Deixei de o acompanhar nesta última versão. É um problema de decisão pessoal e nisto acompanho o Herman José... "se não gosta mude de canal que também é a cores!". É o que faço.
No entanto, ontem, cruzei-me com várias pessoas, de vários quadrantes políticos, que me teceram considerações muito pouco abonatórias e que me escuso referi-las. Isso fez despoletar a minha curiosidade. Quase em simultâneo, neste meu espaço, recebi um comentário, que aqui transcrevo. Antes, porém, cliquei no sítio da RTP-M, na Internet, e visionei o tal programa sobretudo a parte onde foi "analisado" o livro "Jardim, a Grande Fraude", de Ribeiro Cardoso. Escutei-o e registei algumas frases: "Não acrescenta novidade nenhuma", "ligeireza rasteira", "só o livro é uma grande fraude", "histórias corriqueiras", "ajuste de contas" e por aí fora...
Fico, para já, pelo comentário que se encontra também publicado e identificado junto ao texto que ontem escrevi:
"Caro André Escórcio,
Ribeiro Cardoso, na justa crítica que faz aos "jornalistas" que funcionam, abúlica e acriticamente, como meros receptores de mensagens, impingidas pelo poder dominante, incomodou, seriamente, a quem a carapuça serve...
O "Dossier de Imprensa" de ontem, para além do incómodo, revelou um espírito corporativo, de todo em todo, inadequado e medíocre. Espantou-me o posicionamento de Raquel Gonçalves, que me merecia consideração pelo seu moderado bom-senso, versus, designadamente, ao non-sense, permanente e atabalhoado, do correspondente da TVI, Mário Gouveia, ao afirmar que se recusava à leitura do livro do seu prestigiado colega de profissão!!!
No seu conjunto, a ligeireza (para não dizer leviandade) com que se pronunciam sobre os assuntos agendados, traduz-se num mau serviço prestado a um auditório, maioritariamente, merecedor de uma rigorosa informação, contraponto da propaganda tendenciosa do poder instalado. Ribeiro Cardoso, bem como a população madeirense, mereciam, e merecem, uma outra qualidade jornalística".
Ribeiro Cardoso, na justa crítica que faz aos "jornalistas" que funcionam, abúlica e acriticamente, como meros receptores de mensagens, impingidas pelo poder dominante, incomodou, seriamente, a quem a carapuça serve...
O "Dossier de Imprensa" de ontem, para além do incómodo, revelou um espírito corporativo, de todo em todo, inadequado e medíocre. Espantou-me o posicionamento de Raquel Gonçalves, que me merecia consideração pelo seu moderado bom-senso, versus, designadamente, ao non-sense, permanente e atabalhoado, do correspondente da TVI, Mário Gouveia, ao afirmar que se recusava à leitura do livro do seu prestigiado colega de profissão!!!
No seu conjunto, a ligeireza (para não dizer leviandade) com que se pronunciam sobre os assuntos agendados, traduz-se num mau serviço prestado a um auditório, maioritariamente, merecedor de uma rigorosa informação, contraponto da propaganda tendenciosa do poder instalado. Ribeiro Cardoso, bem como a população madeirense, mereciam, e merecem, uma outra qualidade jornalística".
Não me alongarei em mais comentários. O que eu penso do livro já o escrevi e não tenho problema algum em aceitar o posicionamento de outros, tão legítimo quanto o meu. Com uma única diferença: é que a RTP é uma empresa com a responsabilidade de "serviço público", o que implica muito rigor e intransigente defesa da sua credibilidade. A RTP não é o Jornal da Madeira.

Finalmente, não gostei e por isso destaco, a crítica, desadequada e profundamente deselegante, ao Senhor Padre José Luís Rodrigues. Ser Sacerdote não significa o abandono de uma participação cívica. Basta um pouco de atenção para a Liturgia, quando, repetidamente, diz: "Ele está no meio de nós". O Sacerdote, não pode, em circunstância alguma, ser um Homem de sacristia e de vénia ao poder e que dele se serve para "benzer o cimento que se inaugura". Ele é uma autoridade, um ministro religioso, que anuncia a Palavra e esse Anúncio pode exprimir-se de múltiplas maneiras. Se Ele, Cristo, está no meio de nós, logo os seus ministros também. O Sacerdote, por sê-lo, não perde os seus direitos de cidadania activa. O Sacerdote tem o dever de ler o Mundo em seu redor, ter opinião, e em função da Palavra ajudar a corrigir os desmandos dos outros homens. Um Sacerdote é um político, porque Cristo também o foi. De tudo o que foi dito, esta parte, chocou-me.
Ilustração: Google Imagens.