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quarta-feira, 12 de maio de 2010

O QUE FALTA FAZER PARA QUE A JUVENTUDE TENHA ESPERANÇA

Continuamos a querer demonstrar aos outros uma riqueza que, afinal, não temos, com repercussões imediatas ao nível do financiamento europeu. Pobres, internamente, mas com imagem de ricos no plano exterior.

Duas notas ao início desta manhã, em uma altura que tudo leva a crer que a nuvem está a se dissipar. Ainda bem, para atenuar os prejuízos e permitir que parta para o Funchal.
1ª Li as declarações do Vice-Presidente Dr. Cunha e Silva, ontem proferidas, que salientou "depositar muita esperança no futuro apesar das dificuldades", uma vez "que esta geração de jovens encarregar-se-á de um outro desafio, enfrentando a crise que nós estamos a enfrentar com sensatez, rigor e responsabilidade" (...) "podemos esperar um futuro promissor" pelo que "a juventude da Madeira nos ajudará a ultrapassar este momento mais particularmente difícil".
Ora bem, é sempre bom um político manter uma palavra de esperança e de incentivo. Só que as palavras têm de ser contextualizadas na realidade. Se assim não for, quem as profere sujeita-se a cair no ridículo. Neste caso, a mensagem de esperança implicaria, necessária e obviamente, enquadrar o sistema educativo que a Madeira dispõe, a escola que se encontra em falência de meios, que produz pouco relativamente ao essencial, implicaria, mesmo que em traços muito aligeirados em função do motivo do discurso, enquadrar o porquê de uma alta taxa de abandono e de insucesso escolar. Tão importante quanto isto, implicaria falar desta sociedade, da pobreza, da exclusão social e do desemprego, com óbvios reflexos na juventude. E o Vice-Presidente não me parece que tenha equacionado estes problemas, quando estes, na minha opinião, são estruturantes para que esta juventude possa ter esperança. Se assim não for, as palavras ditas não passam de palavras de circunstância atiradas para o ar mas com significado reduzido para não dizer nulo.
O PSD-M continua, teimosamente, a fazer que não percebe a importância de aprovar o decreto legislativo regional, do PS, denominado de "cálculo, numa base anual, do produto nacional bruto regionalizado" na perspectiva do contributo do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) para o PIB da Região.
O deputado socialista Dr. Carlos Pereira apresentou ontem, novamente, esta importante proposta, uma vez que se torna necessário possuir um indicador de desenvolvimento da Região. Sem este indicador muito difíceis se tornam as negociações de financiamento da Região. Continuaremos a querer demonstrar aos outros uma riqueza que, afinal, não temos, com repercussões imediatas ao nível do financiamento europeu. Pobres, internamente, mas com imagem de ricos no plano exterior. Recordo que aquela passagem de "objectivo 1" para "objectivo 2", no seio da União Europeia, custou-nos quase 500 milhões de Euros no último Quadro Comunitário de Apoio, mas apesar dessa trágica teimosia, o chumbo à proposta de ontem significa que não aprenderam com o erro e que pouco ralados andam com a necessidade de um melhor envelope financeiro. Estranha teimosia! Neste processo, está a valer as acções que o PS-M está a desenvolver, desde há algum tempo, no sentido de ser o próprio Governo da República a estudar as implicações do CINM no PIB regional. Veremos, depois, quem tem razão.
Ilustração: Google Imagens.

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