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quarta-feira, 2 de abril de 2008

INDISCIPLINA NAS ESCOLAS E VIOLÊNCIA

Diz o Senhor Secretário Regional da Educação que, nos últimos anos, apenas se registaram dois casos de violência nos estabelecimentos de ensino da Região. Curiosamente, permitam-me a expressão, protagonizados por dois fedelhos: um de onze anos e outro que envolveu uma menina do 7º ano. Depende, digo eu, do que o Senhor Secretário entende por violência. Se tivermos em consideração o número de casos relatados pela comunicação social é evidente que, só por aí, a estatística da Secretaria Regional da Educação está desactualizada. Dir-se-á que casos de contornos dramáticos são poucos mas a indisciplina e a violência que a ela está associada, obviamente que não se resumem a dois casos.
Depois de um interregno de quatro anos pela função que desempenhei na ALM (1996/2000), regressei à minha escola onde estive nos últimos sete anos escolares. Pertenci ao Conselho Pedagógico e fui Orientador de Estágio Pedagógico durante todo aquele tempo. E testemunhei situações absolutamente reprováveis. Vi e acompanhei o trabalho extraordinário, cansativo e, por vezes, desesperante do meu Conselho Executivo, muitas vezes a fazer lembrar uma esquadra de polícia. Colegas perante os quais me curvo face à sua dedicação na solução dos problemas, alguns muito preocupantes, no âmbito da indisciplina e da violência. Tenho presente, só a título de exemplo, os assaltos à escola, as faltas de respeito aos professores, aos funcionários de acção educativa e, ainda, as atitudes deselegantes dos pais e encarregados de educação.
E o que ali presenciei certamente se multiplica por toda a Região.
Oxalá, neste problema da indisciplina e da violência, não esteja a Região a seguir o mesmo caminho da toxicodependência: nos anos 90 negaram-se os alertas; em 2008 andamos todos de mãos à cabeça sem capacidade para controlar o flagelo.

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