Respeito, sem reticências, o Órgão de Soberania mas não deixo de ter opinião sobre as suas atitudes de natureza política. Conhecer "a ambição dos madeirenses quanto ao seu futuro, bem como os desafios e problemas que enfrentam no seu presente", não é possível quando o Presidente está horas a fio do seu dia, sempre com os mesmos ou através de umas fugazes e mitigadas audições com representantes de alguns partidos.
É na Assembleia, mesmo que fortemente condicionada regimentalmente nos tempos de intervenção, que é possível, aos olhos de todos os madeirenses, ouvir e conhecer os problemas e os desafios da Madeira real. Porque é na Assembleia que se encontram os representantes do Povo. O que me parece é que existe, de um lado e do outro, medo em expor-se, ouvir e discutir a verdade dos números incómodos, escutar a qualidade da democracia, o sufocante peso institucional paciente e inteligentemente criado ao longo de três décadas e que não deixa grande margem de manobra à vivência plena da liberdade e à capacidade e responsabilidade individual de dizer NÃO. Apesar de transpirar política a todo o momento, a sociedade madeirense está anestesiada e sem capacidade de reacção. Uns não dominam o que se passa nas suas costas, enquanto outros têm consciência mas estão presos a compromissos partidários e interesses pessoais.
O Deputado da República Manuel Alegre, também Vice-Presidente da AR, foi claro sobre esta matéria ao sublinhar que "(...) a democracia não é para rir, nem é para brincadeiras (...) pelo que acho surpreendente o silêncio do PR". De facto, um a não querer o debate, aliás, como nunca quis; outro, embora como sublinhou, não sendo estrangeiro, dá indicações que veio à Madeira para ver e não para ouvir, como se de um turista se tratasse. Ontem, até do bom tempo falou! Tenho pena, porque embora nele não tenha votado, é o Presidente do meu País e, por isso, devo-lhe respeito institucional.
Sem comentários:
Enviar um comentário