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segunda-feira, 28 de abril de 2008

1º DE MAIO: DEVERES E DIREITOS

No dia 1 de Maio de 1886, já lá vão 122 anos, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago, nos Estados Unidos da América. A finalidade dessa manifestação visava, fundamentalmente, reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Alguns operários morreram, mas três anos depois estava instituído o Dia do Trabalhador. Não era possível, em plena pujança da “Revolução Industrial” sujeitar os trabalhadores a condições desumanas de laboração.
Da memória desse tempo, embora o quadro seja substancialmente diferente, entendo que, cento e vinte e dois anos depois, está na altura de voltar à rua para travar o caminho que os senhores do mundo nos querem fazer trilhar, no sentido de recentrar os deveres face aos direitos.
Há uma nova escravidão em curso, meticulosamente trabalhada e apresentada de forma colorida aos trabalhadores. Não se dão conta que, no fundo, a engrenagem visa torná-los peças da gigantesca máquina económica em que o mundo está dissolvido, isto é, peças de uma máquina controlada por cerca de 300 famílias que, subtil, paciente e estrategicamente, definem, entre outros desígnios, o que comer, o que vestir e até em quem votar. Alheios ao que se esconde por detrás das políticas, muitos aplaudem, mas também milhões começam a manifestar-se e a dizer basta. Simplesmente porque o desenvolvimento tem que ter em conta o Homem e o seu desenvolvimento como primeiríssima dimensão. É a economia ao serviço do Homem que está em causa.
Na próxima quinta-feira, dezenas de milhar de trabalhadores vão, certamente, sair às ruas para participar na habitual manifestação do 1º de Maio. O objecto central do protesto será a revisão do Código do Trabalho. De facto, por exemplo, despedir por inadaptação constitui mais uma particularidade de uma vaga neo-liberal que a todos espezinha e que não tem em conta que ao lado dos deveres no trabalho, existe, também, o trabalho com direitos.

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