Tenho vindo a publicar as minhas preocupações relativamente ao sector educativo pela sua relevância no contexto do desenvolvimento. Às vezes fico com a sensação de uma luta inconsequente que apenas vale no campo da formação pessoal. Mas quando se lê um texto de um madeirense a tocar em um dos pontos de reflexão fundamentais, agrada-me sobremaneira. O autor do texto chama-se Vitorino Seixas e está publicado na edição on-line do DN. Aqui fica um parágrafo à reflexão dos visitantes deste espaço.
"(...) Para o livro que publicou com os resultados do estudo, Zagury escolheu o sugestivo título “O Professor Refém”. Em primeiro lugar, o professor é refém da sociedade que, em menos de três décadas, deixou de valorizar o “ser” para valorizar o “ter”. Hoje, a sociedade desvaloriza o saber e a ética e, por conseguinte, o papel da escola e do professor. A actual sociedade do consumismo e do imediatismo valoriza, sobretudo, os bens materiais. O que importa é vencer na vida sem ter que “suar a camisola”. Na teoria afirma-se que a educação é a prioridade mas, na prática, há um endeusamento do que é fácil e dá prazer imediato. Estudar, tirar um curso superior, não é fácil nem imediato. Não é pois de estranhar que as novas gerações desvalorizem o saber e os sucessos académicos e se deixem seduzir pelos sonhos do enriquecimento fácil, da fama e do poder. www.dnoticias.pt
A pergunta justifica-se: qual o significado destas preocupações ao nível das políticas de família e da responsabilização dos pais, da organização dos estabelecimentos de ensino, do projecto educativo, da estrutura curricular e programática? Dá para reflectir. Mas quem ousa reflectir nesta terra? Essa é uma outra questão.
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