Um texto que li, há já algum tempo, de Rubem Alves, a páginas tantas sublinhava: é preciso desaprender um certo jeito de ser escola. E completava o raciocínio dizendo que a escola deve conter fragmentos de futuro, em que a alegria seja servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Eu diria, que o seu mundo pode ser diferente. A sua vida pode ser diferente. E se assim for, esta Região seja diferente.
É essa dimensão que me preocupa e que me tem acompanhado ao longo de anos. Aliás, vem de longe a minha luta por um sistema educativo que rompa com velhas e ultrapassadas estruturas conceptuais e organizativas. O actual modelo que o País e a Região não conseguem ultrapassar está morto e pouco interesse terá a sua reanimação. Neste pressuposto, aqui transcrevo uma passagem de um notável texto do Professor José Paulo Serralheiro que pode ser lido na íntegra na edição da Abril do jornal A Página da Educação. (http://www.apagina.pt/)
"(...) frangos e frangas, alguns já com cristas de galo ou idade de galinha, deambulam pelo cercado. De tempos a tempos os criadores enxotam-nos para as "salas de aula". A criação move-se sem interesse. Uma vez empoleirados, manifestam uma apatia e desinteresse mais condizente com o debicar do alimento imprevisto do que com qualquer organização do trabalho. É nesta política de galinheiro que estamos. De galinheiro e não de aviário. As crianças e os jovens na sua maioria, vão ao cercado para encontrar os parceiros, deambular, cacarejar, mostrar as penas, arrastar a asa, bicando-se uma vez por outra numa assutadora alienação (...)".
Mas quando é que os responsáveis políticos olham para a realidade?
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