Na génese do 1º de Maio está a luta dos trabalhadores contra as políticas dos governos. Em qualquer parte do Mundo, sublinhe-se. É o necessário contraponto que estabelece a reflexão e os equilíbrios entre governantes e governados. Daí que seja inaceitável que, no caso específico da Madeira, o governo se associe a um dia face ao qual deveria manter-se distante e muito atento aos sinais. O seu envolvimento sempre foi contranatura e abusivo ainda para mais, neste momento, que se vive uma crescente precarierização e uma altíssima taxa de desemprego. É evidente que se percebe a intenção política. Já nos anos 30 do século passado, em pleno Estado Novo, com António Salazar no poder, para evitar o associativismo e as manifestações, o governo criou a FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho), de acordo com o princípio que se não posso impedir associo-me e controlo. A estratégia agora é outra, mais refinada, mais adocicada, com festa, vinho, bolo do caco e, quando o orçamento permite, a presença de um qualquer "pimba". E o povo divide-se e esmorece. E o povo esquece, por horas, as agruras da vida.
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