“Vive-se uma época de mudança explosiva. (...) Velhas maneiras de pensar, velhas fórmulas, velhos dogmas e velhas ideologias,
por muito queridos ou úteis que tenham sido no passado,
já não se coadunam com os factos. (...)
Não podemos meter à força o mundo embrionário de amanhã
nos cubículos convencionais de ontem”.
Alvin Tofller
por muito queridos ou úteis que tenham sido no passado,
já não se coadunam com os factos. (...)
Não podemos meter à força o mundo embrionário de amanhã
nos cubículos convencionais de ontem”.
Alvin Tofller
Questionarão muitos professores, fundamentalmente, mas também políticos e outros agentes desportivos, afinal, o que tem a ver, no essencial, a citação de Tofller com o nosso problema, isto é, com a Educação Física e o Desporto na Escola? Diria que tudo se partirmos do pressuposto que no mundo que estamos a viver, se tornar indispensável olhar para os Sistemas Educativo e Desportivo como sistemas que interagem entre si e com todos os restantes. Há, como sempre existiu ao longo da História, a necessidade de um esforço colectivo no sentido de uma permanente interrogação, na perspectiva de, tendencialmente, fazer ajustar a actividade profissional aos novos ritmos que a vida impõe. E assim sendo, parafraseando Carlos Fuentes, citado por Toffler (1984), impõe-se questionarmo-nos se “estamos a morrer ou a nascer?”. Melhor dizendo, numa aproximação a este contexto, se a Educação Física está a morrer ou a renascer?. Trata-se de uma questão essencial, isto é, se a tendência é aferrolhar esta área de desempenho social ou, pelo contrário, libertá-la dando largas à imaginação criando uma Educação Desportiva geradora de felicidade para quem a pratica e recompensadora para quem a orienta no plano da plena satisfação profissional [1].
É este o dilema perante o qual a Escola e as instituições políticas estão confrontadas. É caso para interrogar: por que razão os jovens terão de se subordinar, tal como ontem, a programas estandardizados e desadequados que pouco ou nada têm a ver com a sua maneira de ser e com as suas expectativas? Programas baseados numa taxonomia discutível, repetitiva, desmotivadora e discordante das necessidades do seu corpo, da sua saúde, da sua inteligência e da sua cultura? Porquê estarem sujeitos à estandardização que nega, a partir de um determinado estádio, o direito à opção e à livre escolha? Programas que os agridem em regimes de coeducação, que são de uma chocante artificialidade e que não respeitam a estrutura da cadência da organização do tempo da sociedade actual? Há, sustentamos, pertinência nestas questões. Elas derivam da prática. É por isso que considero ser necessário avançar para um paradigma organizacional que contrarie as lógicas do passado, numa incessante busca de soluções personalizadas à medida de cada comunidade, de cada escola e de cada jovem.
É este o dilema perante o qual a Escola e as instituições políticas estão confrontadas. É caso para interrogar: por que razão os jovens terão de se subordinar, tal como ontem, a programas estandardizados e desadequados que pouco ou nada têm a ver com a sua maneira de ser e com as suas expectativas? Programas baseados numa taxonomia discutível, repetitiva, desmotivadora e discordante das necessidades do seu corpo, da sua saúde, da sua inteligência e da sua cultura? Porquê estarem sujeitos à estandardização que nega, a partir de um determinado estádio, o direito à opção e à livre escolha? Programas que os agridem em regimes de coeducação, que são de uma chocante artificialidade e que não respeitam a estrutura da cadência da organização do tempo da sociedade actual? Há, sustentamos, pertinência nestas questões. Elas derivam da prática. É por isso que considero ser necessário avançar para um paradigma organizacional que contrarie as lógicas do passado, numa incessante busca de soluções personalizadas à medida de cada comunidade, de cada escola e de cada jovem.
Os tempos são outros. Hoje vive-se o factor E na feliz expressão de Joel Makower: Estado, Educação, Eficiência, Excelência, Ecologia, Eficácia e Economia. E das duas uma: ou criamos uma energia colectiva para gerar o salto para o futuro ou confinar-nos-emos às consequências derivadas da passividade, da acomodação e do oportunismo. A Escola está no meio da turbulência e de nada lhe valerá resistir à mudança, simplesmente porque tudo está a ser posto em causa e reequacionado de novo. No desporto, também. Só por aí, através de uma nova mentalidade, poder-se-á, no futuro, dispor de uma população que o assuma e o pratique como bem cultural. (Continua)
[1] Sempre que me reporto a estas matérias, trago em memória o posicionamento, de longa data mas sempre actual, do filósofo Doutor Manuel Sérgio: (…) Por mim sou em crer que se a Educação Física, se se deixa aferrolhar na torre de marfim onde virginalmente querem escondê-la, roubando-lhe o acto fecundante do contacto com as ciências do Homem, não excrescerá a mediania (…). A Prática e a Educação Física, 1985, pág. 11.
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