O Senhor Director da RTP-Madeira, em função de um texto, julgo eu, publicado neste espaço de comunicação, acaba de remeter-me um e.mail, no qual, em resumo, tenta contrariar o essencial das minhas posições (ou as do Partido Socialista). Tenta, mas de facto não consegue. Gostaria, desde logo, que ficasse claro que não confundo a pessoa com quei trabalhei, agradavelmente, durante vários anos na RTP com a figura institucional que lidera, circunstancialmente, a RTP-M. São aspectos distintos. Até porque, ter opinião diferente constitui o essencial da vida democrática.
Neste pressuposto sou livre para de uma forma correcta e nunca injuriosa para a instituição ou para a pessoa que lidera a RTP-M dizer o que penso. E aquilo que defendo, tendo presente o que, diariamente, nos entra pela casa adentro, é que necessário se torna uma profunda reformulação dos critérios a que aquela casa se subordina. Ao contrário do que é referido os dados apresentados não constituem motivo de orgulho para a RTP.
Como já sublinhei, é muito relativa a importância das percentagens, por partidos, e se estas se aproximam ou não do que é recomendado pela ERC. Simplesmente porque entendo que um rigoroso e independente critério editorial é muito mais importante do que a simples contabilidade das peças. Se assim não for, porventura teremos de entrar no tempo de cada peça e, depois, no que foi seleccionado para transmitir. E eu não entro por aí. Mas já que a RTP desce ao nível do número de peças jornalísticas, então vejamos o que aconteceu no período sujeito a análise:
Governo e PSD: 386 peças jornalísticas.
Toda a oposição: 374 peças jornalísticas.
Ora bem, repito, apesar deste evidente desequilíbrio (na Madeira, pergunto, onde termina o governo e começa o PSD?), continuo a sublinhar que esses números até os dou de barato. O problema é outro e está, no essencial, referido num texto que publiquei no dia 02.04.08.
Daí que esteja totalmente de acordo com o comunicado do grupo parlamentar do PS-Madeira.
Oxalá que este debate, embora difícil, sirva para a RTP-Madeira tomar consciência da sua importância no quadro do serviço público e da total independência que deve assumir, não através de números que pouco explicam, mas sobretudo pela sua atitude que se deseja séria, honesta e de qualidade superior. Porque não basta parecer...
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