É indiscutivelmente o espelho da crise. Quando, segundo o DN de hoje, a oferta proporcionada pelo Instituto Regional de Emprego se situa naquela flagrante desproporção, é evidente que denota que a Madeira está a braços com uma profundíssima crise face à qual, é público e notório que o governo não é capaz de apresentar caminhos susceptíveis de inverterem a situação. E ele existe também para isso. Não é no tempo de vacas gordas que um governo se afirma e se credibiliza. É no tempo de vacas magras que o Povo deve apreciar se o governo tem ou não unhas para tocar esta guitarra. Porque, obviamente, quando há dinheiro, empreiteiros não faltam.
Ora bem, a ideia que fica no comum dos cidadãos é que não temos governo. Ou melhor, temos um governo faz de conta. Vai falando de uma coisas sem interesse, do futebol, por exemplo, das "guerrinhas" internas do partido, baralhando putativos candidatos ditos "delfins", o certo é que, na vida real, na vida económica em geral, nas famílias, no bolso das pessoas, nas empresas, tudo isto parece-me edificado em cima de areia. E vamos, infelizmente, sentir as consequências desta clara inoperância governativa que em tempo de caos, de dificuldades acrescidas, não consegue apontar um rumo, no mínimo dar um sinal de esperança.
Nada mais a propósito o estudo apresentado esta manhã na Assembleia Legislativa da Madeira pelo Deputado Edgar Silva do PCP. Nesse documento, baseado em dados fornecidos pela Direcção Regional de Contribuições e Impostos, verifica-se que os 10 por cento mais ricos compõem 1.599 famílias, ao passo que os 10 por cento mais pobres constituem 32.813 agregados familiares. Este é um entre outros sintomas que esta sociedade está doente e que apenas uns, sempre os mesmos, se safam enquanto a maioria deita, diariamente, contas à vida. Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Com o facto que não deve ser escamoteado: os resultados referem-se a 2007, portanto, muito antes da crise económica e financeira internacional.
Tanta falta de governo e tanta ganância que por aí vai!
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