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domingo, 3 de maio de 2009

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Temos uma liberdade mitigada e muito condicionada. O poder regional, paulatinamente, castrou-a através de processos que conduziram a que cada um saiba como ele deseja que se comportem. Isto acabou por gerar uma teia bloqueadora da liberdade de imprensa e de expressão. O exemplo mais evidente é o do Jornal da Madeira, totalmente financiado pelo orçamento da Região, na senda de uma hipotética garantia da liberdade de expressão, mas ao qual só têm acesso os representantes do poder. Paradoxo? Evidentemente que não. O que emerge daqui é um absurdo e inqualificável controlo que, por um lado, não garante espaço para o jornalista investigar, analisar e produzir, o que constitui uma frustração profissional, por outro, uma descarada promoção do poder existente.
Mas as limitações não se ficam por aí: as pressões sobre os jornalistas, os programas que acabam, as substuições que se operam, os telefonemas a pressionar, umas vezes subtilmente, outras, descarada e ofensivamente, os comunicados, enfim, sei que é muito difícil viver em ambientes desta natureza. Ainda por cima o arquipélago é limitado e todos têm de pagar as facturas no final do mês: o empréstimo bancário, o supermercado, a educação, o vestir, enfim, tudo, embora com vencimentos de vergonha. Junta-se a isto uma ignóbil exploração com jornalistas pagos a 700/800,00 euros por mês mas a realizarem trabalhos que, em outros sítios, são pagos a dobrar.
Creio, no entanto que o que por aqui se passa pertence a um ciclo. Este ciclo dá sinais de decomposição. Outro virá onde será restabelecida a normalidade que corresponderá a uma imprensa livre, respeitada e libertadora dos cidadãos. Como sublinha Ben Baddikian, certos senhores têm a sua própria agenda e, portanto, sabem como exercer o poder homogeneizante sobre as ideias e a cultura. Daí que, por sobrevivência, muitas vezes os gestores dos media acabem por se tornar gestores das mentes.
Os senhores desta "aldeia" têm tido nas mãos esse poder de controlar e exercer as dinâmicas editoriais que mais lhes convém. Sabemos que é assim. Mas ao lado deste poder emergirá, cada vez mais, um outro capaz de impor o necessário contraponto, para bem dos cidadãos e para que a nobre missão de informar seja cada vez mais, repito, dignificada, respeitada e libertadora.
Neste dia mundial pela LIBERDADE DE IMPRENSA, aqui fica um abraço de solidariedade a todos quantos, nesta monumental engrenagem, conseguem sobreviver sem violação das suas consciências.

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