Há espaços próprios para os descontentamentos. É verdade que sim. Porém, não gosto de saber dos assuntos que dizem respeito ao espaço reservado da função que exerço através da comunicação social ou de outros canais menos apropriados. Não gosto que os adversários políticos saibam primeiro do que eu sobre as estratégias políticas do partido onde milito há muitos anos. Por isso e muito mais sinto-me incomodado. Porque tudo se resume a uma frase: respeito mas gosto de ser respeitado. De forma mais clara: estou activamente na política por convicções, por princípios e por valores. E sobretudo porque entendo que um partido com a dimensão daquele que integro só se justifica se a sua vocação for a de ser poder. E, para isso, nada, rigorosamente nada, pode ser operacionalizado de forma menos consentânea com os interesses (e são muitos, mesmo muitos) que subjazem a esse caminho que pode conduzir ao poder. Porque só o poder pode realizar a nobre missão de tornar a nossa sociedade mais justa e mais feliz.
Não faço e nunca fiz do exercício da política uma carreira. A minha profissão é a da docência. Costumo dizer que estou "emprestado" ao exercício da política porque esse exercício constitui, também, um serviço público à comunidade. Nunca alinhei em jogos de bastidores, nunca me coloquei ao serviço fosse de quem fosse, nunca fui a voz da consciência de alguém, por isso, também exijo o respeito na mesma proporção que tenho pela instituição. Comigo é assim. Por isso, há dias, escrevi um post que subordinei ao título: "O copo que enche". E está a encher. E ao ritmo com que enche lá virá o dia que uma só gota fará entornar os desconfortos sentidos.
Para mim Basta! No plano pessoal respeito e tenho consideração pelas pessoas; no plano da intervenção política, aí, alto e parem o baile, porque não sou e não quero ser uma peça de uma máquina dirigida à distância, não sou peça de um qualquer jogo de xadrez, com movimentos para diante, para trás ou para o lado em função de projectos e ambições que desvirtuam a vocação (finalidade da instituição) e a missão (maneira original como cumpre a sua vocação) de uma instituição, repito, que só se justifica se quiser ser poder.
2 comentários:
Gostei, apesar de não estar por dentro do assunto, mas não me quer parecer que isso seja para já um cheque-mate até porque no tabuleiro não está o Rei, apenas a rainha, bispos, cavalos e muitos peões. Nesse caso, o caldo está entornado, digo, tabuleiro entornado.
Caro amigo, o PS nunca esteve num nível tão baixo. Bateu no fundo! Não basta ir muito longe, vejamos apenas o caso concreto de Santa Cruz. Será que não há um militante há altura de concorrer aquela autarquia? Tem de vir alguém de São Vicente? Um independente? Só porque aparece na televisão é um bom candidato? Comigo este ano não contam, vou votar noutros independentes, esses sim deviam estar neste momento a dar a cara pelo PS mas João Carlos Gouveia achou por bem afastar quem falou a verdade. Preparem-se para uma derrota estrondosa e depois recolham os cacos!!!
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