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sexta-feira, 22 de maio de 2009

ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU

Discordo do formato que a RTP criou para debater a Europa. Mais interessante seria um período de debates, dois a dois, até porque os temas europeus são muito vastos e muito complexos para serem ali dirimidos por seis candidatos durante noventa minutos (15' para cada um, se não retirarmos os períodos de intervenção dos moderadores). Se outro fosse o formato, tal obrigaria a muito estudo por parte dos candidatos e, possivelmente, maior interesse dos eleitores e menor abstenção no dia 7 de Junho.
O debate de ontem à noite caiu naquilo que era previsível: uma fugaz passagem e pela rama por alguns temas europeus, derivando para a política caseira de interesse menor. Essa nós já a conhecemos. Lá veio o choradinho, essa meia-verdade da Lei das Finanças Regionais, através do candidato do PSD, com alguns partidos a mergulharem nesse erro (parece que ainda não compreenderam os resultados que a oposição obteve (2007) em função da manobra do PSD e de uma excessiva colagem às teses do Dr. Jardim e concomitante distanciamento dos socialistas), quando os dramas que por aqui andam fundam-se na histórica, pública e notória incapacidade de gerar um paradigma económico sustentável e adaptado a uma Região de carências múltiplas. O problema da Região, todos sabemos, foi o de governar para o acto eleitoral seguinte e não para a geração seguinte; o problema foi, intencionalmente, confundirem crescimento com desenvolvimento; o problema foi não terem noção que as pessoas devem constituir o centro das políticas. Mas estas questões regionais têm espaços próprios para o debate. É na Assembleia Legislativa da Madeira e com a presença do Presidente do Governo que tal deve acontecer, como sublinhou e bem o Dr. Emanuel Jardim Fernandes e não ali onde a discussão tem de ser conduzida para outro patamar político mas entendível pelos eleitores.
É evidente que tudo isto tem a ver com a Europa pois foram vários os quadros comunitários de apoio aplicados. Mas discutir estes assuntos implica ir à profundidade das políticas europeias e às razões que subjazem e que determinaram que, hoje, tenhamos uma invejável rede de estradas mas um Homem esmigalhado, porque a batalha da economia não foi ganha e os vários sectores produtivos em ruptura, o que significa que não souberam aproveitar as oportunidades (e tantas que tivemos) canalizando-as de forma integrada através de uma visão estratégica do desenvolvimento portador de futuro.
Moderar um debate com seis à volta de uma mesa não é fácil. Valeu a serenidade dos Jornalistas e a postura dos candidatos. Espero que a RTP-M, no âmbito do serviço público a que está obrigada, coloque os candidatos frente-a-frente, dois a dois, com temas e candidatos sorteados onde os assuntos europeus sejam equacionados em profundidade. Um formato que possibilite um mínimo de três debates acrescido de mais um entre os que reúnem maiores hipóteses de serem eleitos (PSD e PS), caso o sorteio inicial não os junte. Todos ficaríamos a ganhar, porque o esclarecimento destas matérias não se fazem através dos cartazes espalhados pela Região.

3 comentários:

António José M D Trancoso disse...

Meu Caro André Escórcio

(...)acrescido de mais um(...)

Permita-me que,frontalmente,discorde consigo!
Em meu entender,em Democracia,todos os Partidos são igualmente importantes,todos os candidatos têm as mesmas hipóteses,independentemente do seu posicionamento nas listas.
Dirá que em teoria assim será;mas todo o cuidado será pouco para que a prática não desvirtue a essência dos princípios.
Dessa distorcida realidade,temos o paranóico e lamentável exemplo de quem se considera o único Importante.
Salvo melhor opinião,creio que o pragmatismo,em matéria de princípios,não deverá sobrepôr-se.
Queira aceitar o meu mais cordial e democrático abraço.

André Escórcio disse...

Caríssimo,
Obrigado pelo seu comentário.
Confesso que analisei mal. A sua posição é correcta. Concordo.
Nem sempre, a escrita ao correr do pensamento tem destas coisas.
Talvez se justificasse, no final mais um debate com todos. Talvez.
Em Democracia, cada acto eleitoral os candidatos partem da mesma linha de partida, porque o voto é soberano e, por isso, ninguém parte à frente.
Um abraço.

Anónimo disse...

Parabéns!Muitos parabéns!
Eis um saudável exemplo de um diálogo entre pessoas que se respeitam num elevado plano democrático.
Bem hajam!