Continua a ser espantoso, embora sem novidade, o tom e a qualidade discursiva do Presidente do Governo Regional. Quando a corda aperta cada vez mais na garganta, quando o sufoco e a capacidade da Região é quase nula para reagir ao tempo económico-financeiro que se vive, Sua Excelência continua a falar do que não interessa, do Marítimo e do Nacional, por exemplo, passando ao lado do desemprego já em cima dos 12.000 indivíduos, dos 700 licenciados à procura de uma saída profissional, ou então, conforme divulga hoje o DN, do "serviço da dívida dos empréstimos contraídos pelas Sociedades até ao final de 2007 (515 milhões) que exigirá, entre 2008 e 2032, um esforço financeiro estimado pelo TC em 867 milhões de euros, dos quais 352 milhões são referentes a encargos financeiros, reportando-se a 2018 o pico do esforço financeiro, que rondará os 59 milhões, encargos que, a prazo, terão de ser assumidos pelo Governo, dada a quase nula rentabilidade dos investimentos das Sociedades". Não fala como pensa o governo atacar, neste contexto, o drama da pobreza crescente (que não se resolve apenas com a "sopa do Cardoso" aberta à hora do jantar), dos empresários aflitos, de milhares de famílias completamente à rasca para suportar os encargos normais onde se incluem os da Educação, do crescente número de crianças em risco e de outras abandonadas, do turismo em clara aflição, nada disto é importante para o governo. Importante é conjugar o verbo disfarçar em todos os tempos e modos.
Ora, se os jogadores do Marítimo devem ser rifados, o que dizer dos membros do governo? Santa paciência tem de ter um povo! Penso que estão a semear vento.
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