Ricardo Araújo Pereira, um dos elementos do 'Gato Fedorento', encontra-se na Madeira. Com refinado humor disse algumas verdade: "(...) Provavelmente, quanto mais Cultura, menos votos em quem quer ir até 2015, é possível que isso seja assim, não quer dizer que é óbvio que seja assim" (...) é mais fácil controlar um povo sem Cultura do que um povo com Cultura (...) sei que vai haver dinheiro para o Carnaval, isso vai haver (...) para o 25 de Abril nunca há, eu acompanho as comemorações do 25 Abril na Madeira, que nunca existem (...) até 2015 (?)... há ditadores que não duram tanto (...) até 2015... são mais seis anos... ele está desde 1977... é dose... são muitos anos, mas vocês é que sabem no que é que se estão a meter, não tenho nada a ver com isso. Se quiserem votar nele, sim senhor".
Provavelmente, quanto mais cultura menos votos em quem quer ir até 2015. Nem mais. O facto está à vista de todos. O sistema escolarizou mas não educou. O sistema colocou meninos, obrigatoriamente, nas salas de aula, mas, como tantas vezes tenho salientado, o que se faz nas escolas, a forma como o sistema está organizado, os currículos e os programas, convergem no sentido de cada vez mais os nossos alunos se encontrem mal preparados. E o sistema, por incrível que pareça, gosta e apoia este estado caótico da educação na Madeira. Basta ouvir os discursos políticos.TE o sistema tira proveito disso, por enquanto, mas esta factura, não se esqueçam, será paga, com juros (já está a ser paga), nos próximos tempos, sobretudo pela falta de qualificação das pessoas.
O sistema funciona porque tem de funcionar. Porque há edifícios, professores, alunos e funcionários. Funcionou antes de Abril e funciona agora, apenas com uma diferença: há mais alunos escolarizados. Mas daí se concluir que estamos num processo que sugira uma grande confiança no futuro, evidentemente que não. Os dados do abandono e do insucesso na comparação nacional e europeia, a fragilidade dos nossos alunos em termos de provas PISA e o posicionamento dos estabelecimentos de ensino nos ranking's nacionais, demonstram que a política educativa regional AUTÓNOMA tem sido um desastre. É uma política de muita parra e de muita pouca uva! Infelizmente.
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