Está em fim de ciclo mas tem razão se as suas palavras forem aplicadas à Região Autónoma da Madeira. Disse a Drª Manuela Ferreira Leite no encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD: "O descrédito e a desconfiança dos cidadãos tornam urgente que se alargue o sentido da democracia, transformando-a numa responsabilidade permanente perante as populações e não apenas numa episódica consulta nas datas eleitorais (...) não podemos assistir a este constante diluir dos contornos democráticos, não podemos aceitar que cada dia se tenha um pouco menos, um pouco menos de liberdade, um pouco menos de confiança, um pouco menos de imparcialidade (...) não podemos aceitar esta degradação sistemática da nossa vida colectiva". Ela que é Presidente do PSD e não existindo partidos regionais, é óbvio que também está a falar para a Região Autónoma da Madeira. E se assim não é, muito mal vai a sua postura de análise e de responsabiilidade política.
Eu, sinceramente, ainda não percebi a que se refere a Drª Manuela Ferreira Leite quando fala de "asfixia democrática" ou deste constante "diluir dos contornos democráticos (...)" no Continente. E não entendo quando a Assembleia da República funciona em pleno, com liberdade, com comissões de inquérito, com debates quinzenais com o primeiro-ministro, com uma comunicação social livre que não deixa passar seja o que for, enquanto por aqui, a líder do PSD, sabe, mas, partidariamente, faz que não sabe, que cada dia se tem "um pouco menos liberdade, um pouco pouco menos de confiança, um pouco menos de imparcialidade (...)". Basta olhar com alguma atenção para o regimento da Assembleia Legislativa, para a existência do Jornal da Madeira ou para o tratamento a que está sujeito a oposição, para não alargarmos o leque da apreciação a todos os sectores e áreas de actividade. Politicamente (e não só) não tolero este olhar enviesado para as situações. É por isso que os cidadãos olham para os políticos com significativa desconfiança.
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