Há exemplos que, convenhamos, não devem ser dados. E atenção, se aqui refiro este mau exemplo, não é por uma questão de antagonismo político, mas porque um político investido em altas funções governativas, deve ter sempre uma palavra pedagógica relativamente à população que serve. Ouvir o Senhor Presidente do Governo Regional, por ocasião de uma visita de recordação e nostalgia, ao antigo Liceu Jaime Moniz, onde há 50 anos concretizou o antigo 7º ano, dizer que, no primeiro ano de Faculdade, em Lisboa, não comprou qualquer livro, pois o tempo foi de adaptação e que, depois, por lá andou até transferir-se para Coimbra, dando a entender que o lazer esteve sempre primeiro que o dever, é assunto por demais conhecido mas que deveria evitar. Até porque os tempos são outros, os sacrifícios das famílias enormes e o mundo que vivemos implica, desde a primeira hora, um grande sentido de responsabilidade, de aprendizagem com rigor, seriedade e honestidade para com a família.
Pode ter sido assim a sua vida de estudante, acredito, mas um responsável político, enquadrado nos tempos que correm, não pode, em circunstância alguma, fazer alarde de situações pouco convenientes junto de uma juventude que carece de sinais de responsabilidade. Este não foi o primeiro deslize. Já aquando da visita do Senhor Presidente da República à Madeira, em Câmara de Lobos (logo ali!) disse a um jovem que tinha perdido o ano escolar: (...) não te preocupes, eu também perdi três anos e hoje sou Presidente do Governo.
Há frases e memórias que devem ficar em núcleos reservados, nunca frente aos microfones da comunicação social. Teria sido melhor que ocultasse o seu passado de estudante e tivesse tido uma palavra de grande incentivo a uma população que necessita que alguém fale que a conquista da felicidade, em todos os aspectos que se queira interpretar essa palavra, só pode ser concretizada através de uma aplicação diária com muita responsabilidade. Enfim, mas é o que temos...
4 comentários:
Oh! Senhor Professor,deixe-o falar...não o iniba; pode ser que um dia, o "único esperto" se descaia,e diga a toda a gente que sempre foi um convicto salazarista mas que anda disfarçado de democrata à um ror de anos.
Só assim é que os meus ingénuos compadres talvez acreditem na esparrela em que, a máfia político-religiosa(que se "governa" e nos desgoverna) os têm embalado.
Vilhão Burro
"À" um ror de anos,ou,há um ror de anos?
Não se distraia,ou aprenda,que nunca é tarde!
Caro amigo
Concordo inteiramente com o que diz. Mas não posso deixar de fazer um reparo. Se ser presidente de um Governo Regional de uma pequena ilha é considerado "altas funções" o que dizer de um presidente dos EUA?
Obrigado pelo seu comentário. Concordo.
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