"(...) Um futebol que joga com botas aerodinâmicas e mais leves, com bolas que enganam o guarda-redes. Têm roupeiros, fisioterapeutas, médicos e aviões de luxo. Têm transporte para treinos, estágios e jogos que por vezes nem terminam ou acabam em batalha campal. Ganham dinheiro desde muito novos, fazem greves com salários em atraso quando ainda quase nem têm número de contribuinte e deixam normalmente a escola no limite mínimo obrigatório. Será possível compará-los a jovens que pagam para treinar de madrugada para não prejudicar a escola, viajam nas horas mais "baratas", competem gratuitamente e emprestam títulos e recordes à Região que representam e ainda conseguem obter licenciaturas? E é às Associações que tutelam as modalidades destes jovens que o IDRAM pede para pagarem as viagens que fazem para representar a Madeira? Uma instituição que recebe dinheiro para gerir o desporto regional, que mantém o futebol profissional (o tal que nos dá os tristes espectáculos) em dia, que não paga o que é actividade regional há quatro anos, que faz (?) uma gestão orçamental onde a formação quase não chega aos 10% de apoio em relação ao que levam os seniores e ainda tem a lata de pedir que outros paguem porque fez não sei o quê ao dinheiro destinado aos transportes das equipas? Uma palhaçada, mas não daquelas palhaçadas que fazem o título do Madeira Livre, o tal que deitam a dobrar nas nossas caixas de correio".
Este texto é tão mais importante quando, esta semana, foi aprovado na Assembleia Legislativa Regional a designada "Reestruturação do Instituto do Desporto na RAM". É evidente que se tratou de umas alterações meramente administrativas e que, eu próprio, durante o debate na generalidade, entre outros aspectos, aproveitei para referir o seguinte:
"(...) E queremos aqui reafirmar esse nosso posicionamento. Em 2007, o nosso grupo parlamentar apresentou um projecto de Decreto Legislativo Regional sobre as bases da Actividade Física e do Desporto na Madeira. Vossas Excelências não viabilizaram mas esse documento continha e contém aquilo que tarde ou cedo V. Exas. irão repescar porque não existe qualquer possibilidade de natureza orçamental para manter este monstro, permitam-me a expressão, que foi criado. E tanto assim é que foi o próprio IDRAM a pedir recentemente ao associativismo para contrair empréstimos junto da banca para suportar os encargos acumulados, os compromissos assumidos e não pagos, esta bola de neve que aumenta ano-após-ano, que angustia os dirigentes desportivos e, naturalmente, quem tem a responsabilidade de orientar politicamente as instituições como é o caso concreto do IDRAM. (...) Nós entendemos que a Região continua a perder uma oportunidade para implementar uma verdadeira reestruturação do desenvolvimento desportivo cujas responsabilidades incumbem ao IDRAM. Neste documento deveriam estar consubstanciadas a missão e a vocação do Instituto. Mas isso implicava coragem, determinação, alteração do paradigma, vontade em querer mudar. Isso não aconteceu. E como causas iguais resultam em consequências iguais, só poderemos esperar os mesmos resultados no futuro, isto é, o crescimento das falências dos projectos dos clubes e associações".
"(...) E queremos aqui reafirmar esse nosso posicionamento. Em 2007, o nosso grupo parlamentar apresentou um projecto de Decreto Legislativo Regional sobre as bases da Actividade Física e do Desporto na Madeira. Vossas Excelências não viabilizaram mas esse documento continha e contém aquilo que tarde ou cedo V. Exas. irão repescar porque não existe qualquer possibilidade de natureza orçamental para manter este monstro, permitam-me a expressão, que foi criado. E tanto assim é que foi o próprio IDRAM a pedir recentemente ao associativismo para contrair empréstimos junto da banca para suportar os encargos acumulados, os compromissos assumidos e não pagos, esta bola de neve que aumenta ano-após-ano, que angustia os dirigentes desportivos e, naturalmente, quem tem a responsabilidade de orientar politicamente as instituições como é o caso concreto do IDRAM. (...) Nós entendemos que a Região continua a perder uma oportunidade para implementar uma verdadeira reestruturação do desenvolvimento desportivo cujas responsabilidades incumbem ao IDRAM. Neste documento deveriam estar consubstanciadas a missão e a vocação do Instituto. Mas isso implicava coragem, determinação, alteração do paradigma, vontade em querer mudar. Isso não aconteceu. E como causas iguais resultam em consequências iguais, só poderemos esperar os mesmos resultados no futuro, isto é, o crescimento das falências dos projectos dos clubes e associações".
Ora, ainda bem que há leitores atentos e pessoas que escrevem sabendo, por dentro, o que se passa nesta desonesta política desportiva.
NOTA:
Foto Google Imagens. Tudo nas nuvens!
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