A propósito das recentes eleições no Sindicato de Professores da Madeira, um leitor que presumo até ser da minha escola, escreveu, na secção Cartas do Leitor do DN (22.05.09), um texto que, na minha modesta opinião, para além de ofensivo para com uma das candidaturas, demonstra uma total falta de conhecimento da importância do Sindicato, da vida e vivência democráticas e, sobretudo, das propostas apresentadas por ambas as candidaturas. De passagem referiu-se ao meu nome. Resolvi responder, simplesmente porque tal senhor desconhece o meu humilde mas profícuo trabalho, desde há muitos anos, na defesa de um sistema educativo onde haja sucesso e felicidade para quem desempenha a nobre missão de ensinar.
Li uma carta, escrita pelo colega J. Carlos Gonçalves, sobre as recentes eleições no Sindicato de Professores. Ao lê-la confesso, enquanto docente, que senti vergonha e pena. É por posições desta natureza que enfraquecemos a luta pela dignificação profissional. É por esse rumo maledicente que a classe fica indefesa. Quero dizer-lhe que pertenci aos últimos corpos sociais do SPM e que solicitei, por carta, a suspensão do mandato, antes de assumir o lugar de Deputado na ALM (2007). Precisamente para que ninguém ousasse admitir a partidarização do SPM. Para além desse acto, desde há muito e, sobretudo, nos últimos quatro anos, pelas intervenções publicadas, é público que não ando de braço dado com a Senhora Ministra muito menos com o Senhor Secretário Regional. Mas há quem ande. Defendo a classe a que pertenço, distante de qualquer corporativismo saloio, e tanto assim é que, por diversas vezes, no plenário da Assembleia, perante vários diplomas que apresentei, todos chumbados pelo PSD, assumi que as minhas vestes partidárias ficam à porta quando debato a Educação. Simplesmente porque entendo que sendo o nosso atraso tão flagrante ninguém deve, partidariamente, brincar com o sistema educativo. O sistema tem de ser honestamente politizado e não partidarizado. Entende?
Declinei o convite para membro efectivo da equipa do Colega João Sousa por uma questão de coerência em função das minhas responsabilidades político-partidárias. Aceitei ser mandatário porque não deixei de ser professor. A minha passagem pela Assembleia constitui um serviço público à comunidade e não um emprego para a vida. E digo-lhe mais, apoiei o Colega João Sousa, porque prefiro a mudança à continuidade, pelo excelente professor que é, pela capacidade de trabalho que apresenta, pela sua visão do sistema educativo e dos problemas que a classe enfrenta, pelo respeito que nutre pelos outros e pela sua humildade democrática. Isto não significa menos respeito e consideração por todos aqueles que fizeram parte da lista vencedora. Estiveram em causa projectos bem diferentes, dirimidos com alma no momento certo. Os sócios deram a vitória a uma lista, pelo que a sua "carta", ao contrário de uma certa intolerância, devia ser de entusiasmo para que todos se juntem na defesa dos problemas comuns. Cumpriu-se a democracia e eu respeito os resultados. Finalmente, penso que deve desculpas a todos a quem ofendeu, isto é, a mais de 60 candidatos da lista B e a 869 colegas que nela votaram.
1 comentário:
Senhor Professor
Numa terra onde a Democracia ainda não passa de uma ténue miragem,há sempre um serventuário disponível para o desempenho da "nobre missão" de moço de fretes.
A gente dessa espécie nem se deve exigir desculpas;o DESPREZO é a resposta mais adequada.
Porém, não deixa de ser lamentável que quem,assim, se desqualifica, se arrogue o direito de misturar-se com a imensa maioria de Educadores.
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