É a política regional no seu pior, onde os problemas locais pouca relevância assumem, porque o fundamental é ganhar eleições, custe o que custar!
Esta manhã, no plenário da Assembleia Legislativa Regional, no período antes da ordem do dia, o Senhor Deputado Jorge Moreira (PSD) começou a dar um sinal de claro afastamento de uma pretensa "amizade" entre os governos da Madeira e da República. Eu diria que, com 740 milhões garantidos, por via da Lei de Meios, a maioria social-democrata deu seguras indicações que começa a descolar dos elogios, dos louvores, dos salamaleques e dos jantares de circunstância. O Primeiro-Ministro voltou a ser o alvo a abater, se considerarmos várias passagens da intervenção política do citado deputado.
Enfim, coisa que não fosse descortinável desde há muito, em função do quadro caracterizador da história política regional. Sempre foi assim. Sempre se assistiu a momentos de alguma contenção, entrecortados com outros, mais extensos, de ataque sistemático a todos os órgãos de soberania. Confesso, no entanto, que não esperava que a inversão discursiva se iniciasse tão cedo. Mas ela aí está, a marcar a diferença, a abrir caminho, para que outros, a outros níveis, mais cedo do que tarde, possam desancar na linha que constitui a marca do PSD-M.
Aproximam-se dois actos eleitorais (Presidência da República e Legislativas Regionais) e, no meio disto, apesar de todos os constrangimentos, o PS, na República, continua a liderar as intenções de voto, o que significa que, politicamente, as atitudes de desgaste vão subir de tom. Dir-se-á que acabou o estado de graça. Talvez, ainda, se assista a uma fase de transição, sonsa, matreira, todavia, o caminho parece-me traçado. É a política regional no seu pior, onde os problemas locais pouca relevância assumem, porque o fundamental é ganhar eleições, custe o que custar!
1 comentário:
100% de acordo consigo.
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